sexta-feira, 27 de março de 2009

Acima de tudo - Sintra!


A candidatura do Partido Socialista à Câmara Municipal de Sintra, nas próximas eleições autárquicas, será encabeçada pela Drª Ana Gomes, tendo como 2º nome da lista o Dr. Domingos Quintas.

Trata-se de uma candidatura forte e que pode trazer uma clara mudança a Sintra - e como já se pode ver aqui a preocupação na maioria de Direita é indisfarçável!...

quarta-feira, 25 de março de 2009

Na defesa de Rio de Mouro!


O secretariado do PS de Rio de Mouro emitiu os seguintes comunicados relativamente às declarações do actual Presidente da Junta de Freguesia de Rio de Mouro em recente programa da SIC:


Mais um contributo para a desvalorização de Rio de Mouro


18 Março 2009

“No passado dia 5 de Março o Sr. Presidente da Junta de Freguesia de Rio de Mouro participou no programa “Aqui e Agora”, da SIC, numa emissão dedicada ao tema “ A crise e o crime”.

Nos breves minutos em que lhe foi dada a palavra, o Sr. Presidente da Junta de Freguesia traçou um quadro negro da situação na nossa freguesia, em termos de criminalidade, num manifesto excesso verbal, como aliás já em tempos acontecera ao culpar os imigrantes pela criminalidade e prostituição na freguesia, sem contudo citar um único número em que baseasse, em termos quantitativos, o panorama referido, quer isoladamente, quer em comparação com outras zonas do País.

É verdade que as sociedades urbanas, hoje em dia, têm problemas de criminalidade que não existiam há alguns anos atrás e que urge ter em consideração, mas não é empolando situações pontuais ou deitando achas para a fogueira da “sensação de insegurança”, com toda a subjectividade daí decorrente, que se contribui para uma melhoria efectiva da situação ou tranquilidade das populações. Por outro lado o Sr. Presidente da Junta de Freguesia de Rio de Mouro não teve a mínima palavra para enquadrar ou relativizar esta questão da criminalidade, que não é exclusiva de Rio de Mouro, obviamente, nem sequer constituirá uma preocupação central dos seus habitantes.

Relembramos, a propósito, que a passagem da Guarda Nacional Republicana (GNR) para a Polícia de Segurança Pública (PSP) em Rio de Mouro foi saudada pelo actual Presidente da Câmara Municipal de Sintra, Dr. Fernando Seara, há cerca de um ano, quando da inauguração do novo posto desta força de segurança. Na altura este autarca elogiou, inclusive, a disponibilidade permanente do Ministro da Administração Interna para com Sintra e os seus problemas.

Relembramos, igualmente, que o Sr. Presidente da Junta de Freguesia de Rio de Mouro, na mesma altura, e referindo-se a um caso de duplo homicídio registado junto da estação da CP, afirmou à Comunicação Social tratar-se de “um caso isolado” que provocou um “alarmismo desnecessário”. Acrescentou ainda que um dos problemas de Rio de Mouro se prendia com a “falta de estruturas como escolas para que as crianças supostamente em risco tenham ocupação e sejam integradas”.

Neste sentido, e face às declarações do Sr. Presidente da Junta de Freguesia de Rio de Mouro à SIC, o Secretariado da Secção do Partido Socialista de Rio de Mouro não pode deixar de:

- lamentar o conteúdo e a forma da intervenção do Sr. Presidente da Junta de Freguesia, pois representa a antítese do que é expectável que seja a actuação dum autarca responsável, especialmente pela ausência de relativização de um problema que não é exclusivo de Rio de Mouro (antes pelo contrário!) e pela má imagem que passou, para todo o País, da Freguesia que é suposto representar. Não dando ênfase à total ausência de bairros problemáticos na freguesia de Rio de Mouro, contribui assim objectivamente, para a desvalorização do património de quem habita na freguesia (quem quer comprar casa ou viver num sítio que o próprio Presidente da Junta de Freguesia associa à “criminalidade” e ao “grande sentimento de insegurança”?) e para uma diminuição da auto-estima de cada freguês;

- relembrar o investimento praticamente nulo que a Câmara Municipal de Sintra tem feito, nos últimos 7 anos, em Rio de Mouro, no que diz respeito a escolas básicas, parques urbanos, centros de convívio para jovens e 3ª idade, jardins, espaços para prática desportiva, etc…, tudo equipamentos que, tal como dizia o Sr. Presidente da Junta de Freguesia há um ano, também contribuem para ocupar e integrar alguns jovens em situação de risco e, dessa forma, evitar comportamentos desviantes e/ou criminais. Quando o Sr. Presidente da Junta de Freguesia afirma na SIC que as ruas ficam desertas em Rio de Mouro a partir das 7 da tarde, (hora em que uma grande parte dos riomourenses que trabalham fora da freguesia ainda não regressou a casa!), associando tal situação ao “medo” da população, está a esquecer-se das muitas centenas de fregueses que, na altura das Festas da Vila, em Julho, circulam à noite nas ruas de Rio de Mouro e assistem aos vários eventos colocados à sua disposição – o problema é que durante os outros 11 meses do ano não há praticamente nada que leve os riomourenses a sair de suas casas, a participar, a envolver-se comunitariamente e, nesse âmbito, quer a Junta de Freguesia de Rio de Mouro, quer a Câmara Municipal de Sintra, têm claras responsabilidades, pela inacção ou esquecimento na matéria!

- apelar aos habitantes da Freguesia para que não se deixem manipular ou intimidar com declarações “alarmistas”, venham elas de onde vierem.

O Secretariado do Partido Socialista de Rio de Mouro continuará a defender, acima de tudo, os interesses e a imagem da Freguesia. Em vez de baixar os braços e de se resignar a lamentos na televisão, procurará exigir à Câmara Municipal de Sintra a obra que Rio de Mouro necessita para que a segurança não seja apenas uma questão de polícia e trabalhará em conjunto com os diversos responsáveis pelas forças de segurança para tranquilizar (ao invés de alarmar) a população da nossa terra.


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O PS Convida Ministro da Administração Interna para debater a Segurança


22 Março 2009


O Sr. Ministro da Administração Interna, Dr. Rui Pereira, participou no dia 18 de Março p.p. numa iniciativa política com os militantes do Partido Socialista organizada pela concelhia do PS Sintra.

Inserida no ciclo de debates o PS ConVida esta iniciativa teve lugar na sala de cinema do centro comercial Floresta Center, na Tapada das Mercê.

Estando na ordem do dia as questões de Segurança, esta sessão revestiu-se da maior importância, sobretudo pela possibilidade do próprio Ministro esclarecer aos presentes a estratégia até agora seguida na reorganização das forças de Segurança e no combate ao crime, que conduziram a uma DIMINUIÇÃO dos valores da criminalidade global, no País, no último trimestre de 2008.

Ao contrário de outras forças políticas que preferem utilizar situações pontuais de criminalidade como arma de arremesso contra o actual Governo e contra os eleitos pelo PS em geral, o Partido Socialista tem procurado, com este tipo de iniciativas abertas à população, esclarecer e tranquilizar os habitantes do Concelho sobre aquilo que já foi feito no combate ao crime, assim como sobre novas iniciativas em desenvolvimento.

O secretariado do PS de Rio de Mouro congratula-se com a realização desta iniciativa, tão oportuna num momento em que alguns eleitos locais do PSD/PP (como foi o caso do Sr.Presidente da Junta de Freguesia de Rio de Mouro em recente entrevista à SIC) pretendem fazer “baixa politica” à custa do agitar de “fantasmas”, acabando, objectivamente, por reforçar o sentimento de insegurança, junto das populações.

O Sr. Presidente da Junta de Freguesia de Rio de Mouro, em declarações ao jornal “Cidade Viva” foi, finalmente, bem claro sobre o objectivo do seu depoimento na SIC: o “alvo” do mesmo era o Ministro, a quem pretendia “atingir”, mas se tal não foi conseguido então parece que já se contenta em “atingir” o PS – Sintra que, segundo, ele ficou “fragilizado”. Está enganado o sr. Presidente da Junta de Freguesia de Rio de Mouro – como diz o povo, “não queira sapateiro tocar rabecão”! Parece, até, que a sua breve passagem pela televisão lhe criou uma ilusão de grandeza, julgando-se mais do que aquilo que efectivamente é!

Reafirmamos que as suas (infelizes) declarações à SIC o único efeito que tiveram foi o de denegrir a imagem da Freguesia, de a caracterizar como “zona de criminalidade”, de “medo”, prejudicando objectivamente o património dos riomourenses, para além de deitar por terra a “auto-estima” das populações! Se tinha como objectivo um Ministro do PS errou completamente o “alvo”, até porque duvidamos da capacidade do “atirador” para tal pretensão! A única coisa que conseguiu causar foram “danos colaterais” junto da população que o elegeu e que, certamente, não o fez para que ande a descrever Rio de Mouro como um sítio de “crime” e de “ruas desertas”, devido ao “medo”, após as 7 da tarde, até porque tal não corresponde à verdade!

Pela nossa parte continuaremos a ter uma postura de ponderação na abordagem desta temática, única que pode servir os interesses da população e preservar o bom nome de Rio de Mouro. Nesse sentido, e para além dos esclarecimentos que procurámos obter junto do Sr. Ministro da Administração Interna, durante a sessão acima referida, vamos igualmente procurar marcar uma reunião de trabalho com as chefias da PSP em Rio de Mouro, em conjunto com deputados municipais do PS, para análise da situação.

Continuaremos, também, a exigir à Câmara Municipal de Sintra que não se demita do seu papel nestas matérias, quer através do apoio que a Polícia Municipal pode (e deve!) dar às restantes forças de Segurança, nomeadamente em matéria de vigilância junto a Escolas e/ou outros locais sensíveis, quer pela criação de espaços de lazer, de desporto, de Cultura, de integração, etc…, que funcionem como “travão” ao crescimento de fenómenos de criminalidade junto dos mais jovens.

Este é o trabalho e a preocupação que a população de Rio de Mouro espera de quem elege para a representar – e não o discurso contrário aos interesses da população desta freguesia!

domingo, 22 de março de 2009

Uma vergonha!...



Não sei se o "apito" passou, entretanto, de "dourado" para "vermelho"...

Constato, apenas, que a final da Taça da Liga, disputada ontem, no estádio do Algarve, entre Sporting e Benfica, teve um penalti claramente "inventado" pelo árbitro, o Sr.Lucílio Baptista, que permitiu ao Benfica empatar o jogo e ver o Sporting passar a jogar apenas com 10 elementos, a partir desse momento.

É por estas e por outras que se torna cada vez mais determinante passar a ter em consideração o recurso a meios audiovisuais, que evitem estes "equívocos", tal como expresso na petição do jornalista Rui Santos ("Pela verdade desportiva"), já disponível online para recolha de apoios.

sábado, 21 de março de 2009

O Provedor de Justiça e a falta de memória do PSD


A recente polémica sobre a eleição de um novo Provedor de Justiça veio constituir mais um momento patético por parte da líder do PSD, Manuela Ferreira Leite. Com aquele ar sisudo que ela deve achar que lhe dá "pose de Estado", apareceu nas TV´s com um discurso moralista sobre o PS e a ocupação de "todos os altos cargos", exigindo que a nomeação para o cargo de Provedor de Justiça fosse da Oposição, isto é, do PSD, claro...

Anteriormente já surgira o actual Provedor de Justiça (ligado ao PSD) a dizer que está ansioso por sair do cargo, que todos os prazos já foram ultrapassados e até citou Zeca Afonso e a sua canção dos "Vampiros", para dizer que o PS quer "comer tudo" e por isso não abre mão desta nomeação.

Vamos lá então aos FACTOS:

quem foram os Provedores de Justiça ao longo do tempo e por que partidos foram indicados?

- o primeiro de todos, responsável pela instalação da Provedoria, foi Manuel da Costa Braz, um militar do MFA, à época tenente-coronel de Artilharia, nomeado por Costa Gomes (Presidente da República) - 1975-1976;

- passando depois o cargo a ser ocupado em função de eleição parlamentar, seguiu-se no exercício do mesmo José Magalhães Godinho (PS) - 1976-1981;

- Eudoro Pamplona Corte-Real (AD) - 1981-1985

- Ângelo Almeida Ribeiro (PS) - 1985-1990

- Mário Raposo (PSD) - 1990-1991

- Menéres Pimentel (PSD) - 1992-2000

- Nascimento Rodrigues (PSD) - 2000 até à actualidade

Conclusão: desde 1990 que o cargo tem sido ocupado, sucessivamente, por personalidades indicadas e relacionadas com o PSD. Dezanove anos sucessivos, incluindo Governos de maioria PSD/CDS-PP, alguns dos quais contaram com a presença de Manuela Ferreira Leite como Ministra. Repito, para que não reste a mínima dúvida - DEZANOVE ANOS SUCESSIVOS de ocupação deste cargo com personalidades indicadas pelo PSD.

Por isso das duas, uma:

- ou a actual líder do PSD está a ficar com falta de memória (o que não deixa de ser preocupante para quem tem tais responsabilidades) ou efectivamente, na falta de argumentos válidos e de um projecto alternativo mobilizador, já a tudo recorre para procurar atacar o PS e o actual Governo, tentando criar na opinião pública uma ideia, sobre esta temática, que nada tem a ver com a realidade.

Porque os FACTOS não mentem!

Vem aí a "Saloia TV"


A partir do próximo dia 1 de Abril (e garanto que não é mentira!..) a "região saloia" vai passar a dispôr de um novo canal de televisão, acessível a partir da Internet - a Saloia TV.

É um projecto dirigido pelo João Rodil e pelo Guilherme Leite e espero, sinceramente, que venha agitar as "águas paradas" da informação local e proporcionar espaços de divulgação e discussão das questões relevantes que dizem respeito ao nosso Concelho.

A Saloia TV dará relevo, igualmente, à informação sobre os Concelhos de Loures e de Mafra.

Votos de felicidades para o João e para o Gulherme Leite, porque esta é uma "aventura" muito difícil nos dias que correm mas é fundamental para o desenvolvimento de uma opinião pública local e para o incremento da participação cívica.

Dia Mundial da Poesia


Celebra-se hoje o Dia Mundial da Poesia.


Permitam-me que "celebre", à minha maneira, deixando aqui um poema de uma das actuais poetisas portuguesas que mais me emocionam e fascinam - Maria do Rosário Pedreira:



"Pai, dizem-me que ainda te chamo, às vezes, durante

o sono - a ausência não te apaga como a bruma

sossega, ao entardecer, o gume das esquinas. Há nos

meus sonhos um território suspenso de toda a dor,

um país de verão aonde não chegam as guinadas da

morte e todas as conchas da praia trazem pérola. Aí


nos encontramos, para dizermos um ao outro aquilo

que pensámos ter, afinal, a vida toda para dizer; aí te

chamo, quando a luz me cega na lâmina do mar, com

lábios que se movem como serpentes, mas sem nenhum

ruído que envenene as palavras: pai, pai. Contam-me


depois que é deste lado da noite que me ouvem gritar

e que por isso me libertam bruscamente do cativeiro

escuro desse sonho. Não sabem


que o pesadelo é a vida onde já não posso dizer o teu

nome - porque a memória é uma fogueira dentro

das mãos e tu onde estás também não me respondes.


(in "Nenhum Nome Depois" - Gótica - 2004)

Katia Guerreiro no C.C. Olga Cadaval


A fadista Katia Guerreiro apresentou ontem à noite, no Centro Cultural Olga Cadaval, o seu mas recente trabalho - "Fado".

Foi um excelente espectáculo, pleno de emoção, de entrega, de sentimento, na estreia de Katia Guerreiro nesta sala de espectáculos, por onde tantos nomes consagrados da nossa música já passaram.

Destaco a interpretação marcante de um dos novos fados incluídos neste CD - "Ponham flores na mesa", com poema de Fernando Tavares Rodrigues e música de Joaquim Campos Silva (Fado Tango). Foi um momento alto deste espectáculo, com uma Katia Guerreiro a entregar-se de corpo e alma à interpretação do mesmo.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Saibamos rir...e reflectir


De vez em quando há quem nos envie um daqueles e-mails, sem autor indicado, sem origem expressa, mas que têm verdadeiro humor. Um amigo meu ("laranja" até à medula, excelente advogado e grande sportinguista!...) enviou-me este há dias e não resisto em partilhá-lo aqui, porque o humor, quando bem feito, é uma "arma" terrível:


"Naquele tempo, Jesus subiu ao monte seguido pela multidão e, sentado sobre uma grande pedra, deixou que os seus discípulos e seguidores se aproximassem. Depois, tomando a palavra, ensinou-os dizendo:

- Em verdade vos digo, bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles...

Pedro interrompeu: - Temos que aprender isso de cor?

André disse: - Temos que copiá-lo para o caderno?

Tiago perguntou: - Vamos ter teste sobre isso?

Filipe lamentou-se: - Não trouxe o papiro-diário.

Bartolomeu quis saber: - Temos de tirar apontamentos?

João levantou a mão: - Posso ir à casa de banho?

Judas exclamou: - Para que é que serve isto tudo?

Tomé inquietou-se: - Há fórmulas? vamos resolver problemas?

Tadeu reclamou: - Mas porque é que não nos dás a sebenta e... pronto!?

Mateus queixou-se: - Eu não entendi nada... ninguém entendeu nada!


Um dos fariseus presentes, que nunca tinha estado diante de uma multidão nem ensinado nada, tomou a palavra e dirigiu-se a Ele, dizendo:

- Onde está a tua planificação? Qual é a nomenclatura do teu plano de aula nesta intervenção didáctica mediatizada? E a avaliação diagnóstica? E a avaliação institucional? Quais são as tuas expectativas de sucesso? Tens para a abordagem da área em forma globalizada, de modo a permitir o acesso à significação dos contextos, tendo em conta a bipolaridade da transmissão?Quais são as tuas estratégias conducentes à recuperação dos conhecimentos prévios?Respondem estes aos interesses e necessidades do grupo de modo a assegurar a significatividade do processo de ensino-aprendizagem? Incluíste actividades integradoras com fundamento epistemológico produtivo? E os espaços alternativos das problemáticas curriculares gerais? Propiciaste espaços de encontro para a coordenação de acções transversais e longitudinais que fomentem os vínculos operativos e cooperativos das áreas concomitantes? Quais são os conteúdos conceptuais, processuais e atitudinais que respondem aos fundamentos lógico, praxeológico e metodológico constituídos pelos núcleos generativos disciplinares, transdisciplinares, interdisciplinares e metadisciplinares?

Caifás, o pior de todos, disse a Jesus:- Quero ver as avaliações do primeiro, segundo e terceiro períodos e reservo-me o direito de, no final, aumentar as notas dos teus discípulos, para que ao Rei não lhe falhem as previsões de um ensino de qualidade e não se lhe estraguem as estatísticas do sucesso. Serás notificado em devido tempo pela via mais adequada. E vê lá se reprovas alguém! Lembra-te que ainda não és titular e não há quadros de nomeação definitiva.

... E Jesus pediu a reforma antecipada aos trinta e três anos... "

domingo, 15 de março de 2009

Evidências



José Sócrates teve a frontalidade de afimar aquilo que é uma evidência desde há 30 anos: que os sindicatos afectos à CGTP são, claramente, instrumentalizados pelo PCP.

Jerónimo de Sousa, inevitavelmente, reagiu falando de "fascismo" - nada de novo, portanto, porque o PCP vê "fascismo" em todo o lado menos nos regimes onde o comunismo é ideologia dominante e a liberdade de expressão é suprimida, o partido único é norma, a censura aos meios de Comunicação impera, as greves são coisa proibída, etc, etc, etc. Parece que aí vale tudo - em nome da "revolução", claro...

Em Democracia existe uma forma do Povo se exprimir livremente - chamam-se "eleições". O PCP e a Intersindical podem até encher uma avenida de Lisboa com 200 mil pessoas vindas de todo o País em autocarros - mas há um número tremendamente maior de eleitores (que encheriam muitas e muitas avenidas deste País!) que deram a maioria ao PS para governar e que jamais, em trinta anos de Democracia, confiaram no PCP para tal desiderato. Quer o PCP ganhar na rua aquilo que não consegue, democraticamente, nas urnas?...

Já no que diz respeito a um sindicalismo que se contenta no mero protesto, em função da agenda eleitoral deste ou daquele partido, está condenado a médio prazo, sobretudo num Mundo que exige novas posturas perante os problemas e a contribuição de todos para encontrar soluções, ao invés da estafada repetição de slogans e do espicaçar de naturais agitações ou insatisfações em momentos difíceis.

Como diz o Povo - "falar é fácil..." E eu acrescento - criticar sem apresentar soluções válidas, também...

sexta-feira, 13 de março de 2009

Quem defende Rio de Mouro?...


No dia 5 de Março p.p. o programa "Aqui e Agora" ,da SIC, dedicou uma emissão à crise e ao crime.

Nesse programa esteve presente o Presidente da Junta de Freguesia de Rio de Mouro, Filipe Santos.

O apresentador do programa, Rodrigo Guedes de Carvalho, começou logo por caracterizar o Concelho de Sintra como "problemático", em termos de criminalidade. Depois, ao dar a palavra, por breves minutos, ao Presidente da Junta de Freguesia de Rio de Mouro a caracterização que este fez da situação na sua freguesia foi, em traços largos, a seguinte:


- "a freguesia tem esse problema" [o crime é real];

- "há um sentimento de insegurança muito grande";

- "as pessoas desapareceram da rua a partir das 7 da noite, 6 da noite...";

- "estamos a falar desse tipo de criminalidade [violenta, segundo o entrevistador];

- "o mais importante é o roubo ou esticão, na estação dos Caminhos de Ferro, junto às escolas secundárias...";

- "2º em maior importância será o furto de veículos automóveis...";

- "carjacking é pouco noticiado...";

- "roubo de bens dentro dos veículos automóveis e algumas habitações...";

- "como é que a PSP pode fazer segurança?... Nós temos 34 agentes da PSP para 70 000 habitantes...".


Obviamente que o Sr.Presidente da Junta de Freguesia de Rio de Mouro tem todo o direito de ir à televisão e fazer as afirmações que bem entender sobre os assuntos que bem entender - não é a sua liberdade de expressão que está em causa. Também é verdade que as sociedades urbanas, hoje em dia, têm problemas de criminalidade que não existiam há alguns anos atrás e que urge ter em consideração. Não há roubos em Cascais? Não há carjacking em Lisboa? Não há assaltos à porta de escolas no Porto? Não há assaltos a casas na Guarda?

Mas como habitante de Rio de Mouro há mais de 40 anos, não posso deixar de exprimir a minha indignação com este "quadro de terror" que foi traçado e associado a esta terra!

Indignação porque não houve a mínima palavra para enquadrar ou relativizar esta questão da criminalidade, que não é exclusiva de Rio de Mouro, obviamente e que, tal como referi, é uma questão das cidades modernas e das suas zonas envolventes, em todo o Mundo.

Indignação porque a afirmação sobre o "desaparecimento" das pessoas das ruas de Rio de Mouro a partir das "7 da noite, 6 da noite" é surrealista, sabendo-se que a maior parte das pessoas a essa hora ainda nem sequer chegaram a Rio de Mouro, vindas dos seus empregos em Lisboa, na sua grande maioria! E mesmo que se diga que a partir, eventualmente, das 10 da noite, há pouca gente nas ruas de Rio de Mouro, a questão que se deve colocar é antes outra - o que há para fazer em Rio de Mouro após essa hora? Há cinema? Há teatro? Há centro cultural? Há espaços de lazer colectivo? Há circuitos de manutenção? Não, não há NADA disso e, obviamente, ninguém sai de casa para andar a passear entre prédios! Refiro um exemplo que me parece significativo: na Amadora, na zona entre Alfornelos e a Buraca, a Câmara Municipal da Amadora construiu, oportunamente, um circuito de manutenção. É precisamente à noite, após as 7 horas da tarde e muitas vezes até às 9, 10 horas da noite, que se vêem inúmeras pessoas, homens, mulheres, jovens, fazendo algum desporto, caminhando, correndo, etc. Alguém será capaz de dizer que aquela zona, à noite, é mais segura do que Rio de Mouro?... A questão é que a utilização de um espaço pela população, a sua ocupação, a sua fruição, também contribui para "afastar" algumas "ameaças" e gera, precisamente, um sentimento de maior segurança. O que tem feito a Câmara de Sintra, por exemplo, em Rio de Mouro (e não só!) para "devolver" o espaço público aos habitantes, para o valorizar, para o tornar agradável, para o disponibilizar para uma utilização desportiva, cultural, gregária?... A criminalidade não se combate apenas com armas - e, no limite, seria preciso um polícia atrás de cada cidadão para haver segurança absoluta.

Indignação, ainda, porque o quadro traçado (repito, sem o mínimo enquadramento, relativização, um simples enunciado do género "não é um problema exclusivo de Rio de Mouro, obviamente...") contribui apenas para duas coisas: desvalorizar o património de quem aqui habita (alguém vai querer comprar a casa de um habitante do "faroeste", rodeado de "índios" e onde apenas os "bandidos" caminham nas ruas após as 7 ou 6 da noite?...); e contribuir para a descida veritiginosa da auto-estima mínima que cada pessoa deve sentir pelo sítio onde reside, se integra, cria os seus filhos.

Por tudo isto, perdoem-me a sinceridade, mas se o Sr.Presidente da Junta de Freguesia de Rio de Mouro tem todo o direito aos seus 5 minutos de fama na televisão, tem todo o direito a fazer este tipo de declarações públicas, tem todo o direito a exprimir-se como entende - eu também tenho o direito a achar que Rio de Mouro não é nada disto, não é covil de banditagem, não é terra de ninguém, não é local de medo. E sobretudo tenho todo o direito a pensar que está mais do que na hora de eleger um outro Presidente de Junta para Rio de Mouro!

Demagogia


O dirigente do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, arrastou atrás de si meia dúzia de câmaras de TV e repórteres de jornais e deu um salto até ao Centro de Emprego de Sintra para, segundo ele, “fazer o balanço dos quatro anos do actual Governo e denunciar a política de desrespeito de Sócrates”.

À porta do referido Centro lá aproveitou para debitar alguns números sobre o desemprego, na ladainha usual de quem não perde uma oportunidade para explorar as dificuldades surgidas da actual crise internacional e, com isso, atacar politicamente o Governo. Louçã, aliás, poderia ter feito este “número” à porta de qualquer outro centro de emprego da Europa ou dos Estados Unidos e certamente teria ainda números mais elevados para “ilustrar” o problema – mas escolheu Sintra e fez muito bem porque Sintra é uma terra muito bonita, com gente acolhedora e, sobretudo, vale bastantes votos na área metropolitana de Lisboa…

Todos sabemos que o desemprego, infelizmente, é, nos dias de hoje, um grande problema a nível mundial. Não será necessária a presença de um qualquer demagogo à porta de uma fábrica ou de um centro de emprego, em busca de votos fáceis, para, infelizmente, termos consciência da situação. Só que estes “happenings” de Louçã fazem-me lembrar uma história que certa vez ouvi e que reza assim:

- numa certa aldeia havia uma casa onde os viajantes que passavam e não tinham recursos para pagar podiam encontrar uma sopa, um naco de pão e uma cama para dormir, tudo gratuitamente. Dentro da casa havia um conjunto de homens e mulheres que voluntariamente prestavam esse serviço, recebendo do Concelho de Chefes da Aldeia, os anciãos, algum apoio financeiro para comprar víveres. À porta dessa casa estava sempre um rapaz que berrava contra tudo aquilo, que era uma vergonha haver tanta gente necessitada a entrar e a pedir apoio, que o Mundo é injusto, que não havia direito de haver gente que podia pagar bons hotéis e ali os deserdados da sorte faziam fila para entrar, etc, etc, etc. Dentro da casa, dedicadamente e em silêncio, os voluntários faziam sopa, cortavam pão, enchiam jarros com água, lavavam a roupa das camas, estendiam toalhas, punham a mesa, ouviam histórias dos viajantes junto ao fogo que aquecia a sala central e, de regresso a casa, sentiam aquela recompensa especial que só a alma de quem ajuda, sem nada querer em troca, pode sentir. O rapaz era amplamente conhecido na aldeia porque todos os viam a berrar à porta da tal casa; os voluntários ninguém praticamente sabia quem eram porque entravam cedo, ainda de madrugada e saíam muitas vezes a altas horas da noite, nos diversos turnos que faziam.

A conclusão é óbvia: há sempre quem faça parte da solução dos problemas; e depois há os outros, os que se limitam a “explorar” os problemas. As “fitas” de Louçã ou de outros elementos do Bloco à porta ou dentro de Centros de Emprego não criarão, certamente, nem um único emprego – mas são realmente adequadas para dar protagonismo nos “média”, em ano eleitoral, a quem assim as utiliza.

Quem não se lembra dos “buzinões” e “caracóis” de gesso à beira do IC19, noutros tempos e noutros “protestos” em ano de eleições?... Lá cantava a Lena d´Água nos gloriosos anos 80: "Demagogia feita à maneira / é como queijo numa ratoeira..."

terça-feira, 10 de março de 2009

Palavras sábias



"No final, não nos lembraremos das palavras dos nossos inimigos, mas do silêncio dos nossos amigos"


Martin Luther King

Jovens de Rio de Mouro participam no concurso nacional "Na senda de Darwin"


Para comemorar os 200 anos do nascimento de Charles Darwin e os 150 anos da publicação do seu livro «A Origem das Espécies» que ocorrem em 2009, o jornal online Ciência Hoje resolveu lançar, com o apoio do Ciência Viva – Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica -, um concurso designado “Na senda de Darwin”, dirigido aos estudantes que em Setembro de 2008 estivessem nos 10º, 11º e 12º anos das escolas de todo o País.Este concurso consistiu, numa primeira fase, na elaboração de seis trabalhos em diferentes formatos (escrita, áudio e vídeo), que tiveram que ser entregues, para avaliação, entre Setembro de 2008 e Fevereiro de 2009, à média de uma prova por mês. Os trabalhos das diversas equipas estão disponíveis em http://www.cienciahoje.pt/

Nesta fase, as equipas participantes disputaram um campeonato regional, sendo consideradas, para o efeito, sete regiões: Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo, Algarve, Madeira e Açores.

Aos sete vencedores regionais juntaram-se as três segundas equipas mais pontuadas de todas as regiões. Estas dez equipas assim seleccionadas disputarão uma fase final no próximo dia 14 de Março, no Casino da Figueira da Foz, durante a Gala da Ciência 2009. Esta fase final apura a equipa vencedora do concurso «Na Senda de Darwin».

É de salientar que a única equipa do Concelho de Sintra que se manteve em concurso até final das provas foi a equipa com a designação “Zona J”, constituída por 3 jovens alunas (três “Joanas”, daí a designação da equipa!...) do 12º ano da Escola Secundária Leal da Câmara, de Rio de Mouro, apoiadas pelo professor João Manique, docente nesta escola.

Esta equipa ficou em 3º lugar entre todas as equipas concorrentes na Região Lisboa e Vale do Tejo, o que não possibilitou o seu apuramento para a Final na Figueira da Foz, uma vez que apenas se apuravam as duas primeiras de cada região. É de salientar, contudo, que a pontuação obtida por esta equipa da Escola Secundária Leal da Câmara (544,4 pontos) foi a 5ª melhor pontuação a nível nacional e foi superior à classificação das equipas classificadas em 1º lugar nas regiões Centro, Alentejo, Algarve, Madeira e Açores. No fundo, o critério de apuramento a nível regional, acabou por “penalizar” esta equipa e impediu-a de estar presente na Final na F. da Foz, mas aqui fica o registo da sua brilhante participação.

Era bom que alguns responsáveis políticos (nomeadamente a nível local) estivessem mais atentos a estas questões e à sua divulgação / difusão pública, tão importantes para a elevação da auto-estima das comunidades e dos cidadãos que as integram. Infelizmente parece que há quem prefira ir à televisão para associar Rio de Mouro a uma espécie de “faroeste” ou “terra sem lei”, colocando a ânsia de criticar as políticas governamentais e de obter 5 minutos de suposta “fama” (nem que seja pelos piores motivos), acima da defesa da imagem global de toda uma comunidade. Mas esse é tema que abordaremos noutro fórum, sem prejuízo de o retomarmos aqui oportunamente.

segunda-feira, 9 de março de 2009

A aprendizagem da Vida



"Em busca do líder ideal" - texto de Paulo Coelho - Março 2009 - em “Guerreiro da Luz Online“:

"Um leitor me envia um questionário. Nele, apresenta o perfil de três líderes mundiais que viveram na mesma época, e pergunta se é possível escolher o melhor através dos seguintes dados;

Candidato A: foi ligado a curandeiros, consultava astrólogos com freqüência. Possuía duas amantes. Sua mulher era lésbica. Fumava muito. Bebia de oito a dez martinis por dia.

Candidato B: não conseguia permanecer no emprego, por causa de sua arrogância. Dormia a manhã inteira. Usou ópio no colégio, e sempre foi considerado um mau aluno. Bebia um copo de conhaque todas as manhãs.

Candidato C: foi condecorado como herói. Era vegetariano. Não fumava. Tinha uma disciplina exemplar. Ocasionalmente bebia uma cerveja. Permaneceu com a mesma mulher nos seus momentos de glória e nos seus momentos de derrota.

E qual a resposta?

A] Franklin Delano Roosevelt. B] Winston Churchill. C] Adolf Hitler.

O que é liderança então? A enciclopédia define como a capacidade de um indivíduo para motivar outros em busca de um mesmo objetivo. As livrarias estão cheias de textos a esse respeito, e normalmente os líderes são pintados com cores brilhantes, atributos invejáveis, ideais supremos. O líder está para a sociedade como o “mestre” está para a espiritualidade. Entretanto isso não é absolutamente verdade (em ambos os casos).

O nosso grande problema, principalmente num mundo que se torna cada vez mais fundamentalista, é não permitir que as pessoas em posição de destaque tenham erros humanos. Estamos sempre em busca do governante perfeito. Estamos sempre atrás de um pastor que nos dirija e nos ajude a encontrar nosso caminho. Na verdade, as grandes revoluções e os grandes avanços da humanidade foram provocados por gente igual a todos nós – com a única diferença que tiveram coragem de tomar uma decisão-chave em um momento difícil.

Faz muito tempo que, no meu inconsciente, troquei a palavra “líder” pela expressão “guerreiro da luz”. O que é um guerreiro da luz?

Os guerreiros da luz mantêm o brilho nos olhos.

Estão no mundo, fazem parte da vida de outras pessoas, e começaram suas jornadas sem alforge e sem sandálias. Muitas vezes são covardes. Nem sempre agem certo.

Os guerreiros da luz sofrem por coisas inúteis, têm atitudes mesquinhas, e às vezes se julgam incapazes de crescer. Freqüentemente acreditam-se indignos de qualquer benção ou milagre.

Os guerreiros da luz nem sempre têm certeza do que estão fazendo aqui. Muitas vezes passam noites em claro, achando que suas vidas não tem sentido.

Todo guerreiro da luz já ficou com medo de entrar em combate. Todo guerreiro da luz já perdeu a fé no futuro.

Todo guerreiro da luz já trilhou um caminho que não era o dele. Todo guerreiro da luz já achou que não era guerreiro da luz. Todo guerreiro da luz já falhou em suas obrigações espirituais.

Por isso é um guerreiro da luz; porque passou por tudo isso, e não perdeu a esperança de ser melhor do que era.

Por isso são guerreiros da luz. Porque erram. Porque se perguntam. Porque procuram uma razão - e com certeza vão encontrá-la."

sábado, 7 de março de 2009

O dito e o feito...


"Na lista “Socialistas por Sintra” competimos leal e democraticamente, sujeitando-nos ao veredicto dos militantes do PS." - Programa da Lista B, de Ana Gomes, concorrente derrotada nas eleições para a Presidência da Concelhia do PS - Sintra - Março 2008

"Nós propomo-nos trabalhar para que os militantes do PS-Sintra sejam devidamente ouvidos nas decisões que o PS tomar sobre a campanha para as próximas eleições autárquicas." - idém

"Os militantes do PS-Sintra têm de ser ouvidos nas decisões que o PS tomar sobre a campanha para as eleições autárquicas em 2009." - Ana Gomes, blogue Causa Nossa - Março 2008

"O PS Sintra suspendeu as eleições directas para a nomeação do candidato à presidência da Câmara Municipal de Sintra. Ana Gomes não se apresentou à votação dos militantes" - notícias diversas na Comunicação Social - Dezembro 2008

"Domingos Quintas foi o nome proposto pelo secretariado do PS Sintra" - Cidadania Queluz - Março 2009

"Estou disponível e se há algum sítio em que posso ser útil é em Sintra» - Ana Gomes, ao jornal Sol, sobre as eleições autárquicas - Março 2009

"Mas a ambição do homem é tão grande que, para satisfazer uma vontade presente, não pensa no mal que daí a algum tempo pode resultar dela." - Nicolau Maquiavel

88º aniversário do PCP


O Partido Comunista Português está a comemorar 88 anos de vida. Tratando-se de um partido que (para o bem e para o mal) tem uma marca indelével na história da Democracia portuguesa, sobretudo pelo seu papel relevante na luta contra o fascismo, aqui fica o destaque devido.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Emprego e Democracia


O olhar de alguém que está desempregado fere como um punhal. A tristeza no semblante de um homem (ou de uma mulher) que não consegue arranjar sustento para si e para os seus, interpela-nos a todos.

Há muita gente hoje em dia que voltou a passar fome. Muitas famílias que há poucos anos viviam razoavelmente bem e que agora desesperam para pagar as suas dívidas, para ter dinheiro para pagar a renda da casa, para manter os seus filhos na escola, para (tão simplesmente...) sobreviver. E o desespero é sempre rastilho para a violência, para aproveitamentos extremistas, para a repetição de velhos erros do passado que conduziram quase sempre a experiências totalitárias de sinistra memória.

É por isso que a preocupação número um de qualquer Governo tem que ser, neste momento, a criação de emprego. Simultaneamente, devem ser reforçados todos os planos que visem um apoio prioritário a quem se encontre desempregado, traduzido num real reforço financeiro dos subsídios pagos ou em isenções diversas (propinas escolares dos filhos, alguns custos ao nível da Saúde, despesas com deslocações para escolas ou na procura de trabalho, etc).

O liberalismo selvagem e sem regras conduziu o Mundo à actual crise que começou por ser financeira e já é, efectivamente, uma crise social. Em Portugal os simpatizantes, "teóricos" e defensores do "quanto menos Estado, melhor", das privatizações desenfreadas e da "auto-regulação dos mercados" sempre navegaram, privilegiadamente, nas águas do PSD e do CDS/PP - ainda há pouco tempo um dos candidatos à liderança do PSD defendia, vigorosamente, "a privatização da Caixa Geral de Depósitos" e não devem também ser esquecidas todas as críticas e ataques que o Rendimento Mínimo Garantido sempre suscitou, desde a origem, por parte dos militantes laranja e populares, mais preocupados com os "custos" da medida do que com a sua real valia no apoio a famílias necessitadas.

Agora, parece que padecem de "amnésia"...

segunda-feira, 2 de março de 2009

Bloco de dúvidas...


Eis o que nos diz a Wikipédia sobre o Bloco de Esquerda:

"O Bloco de Esquerda (BE), nasceu em 1999 da fusão de três forças políticas: a União Democrática Popular (marxista), o Partido Socialista Revolucionário (trotskista mandelista) e a Política XXI, às quais se juntaram vários outros movimentos posteriormente.

Qualquer uma delas, à época, definiam-se como resultado de processos de crítica em relação ao chamado «comunismo» ou «socialismo real», mantendo a referência comunista através da reflexão e da discussão sobre a actualidade do marxismo. Membro do Secretariado Unificado da IV Internacional, o PSR herdava a tradição trotskista, oposta ao estalinismo; a UDP, geralmente associada ao maoísmo, apresentava-se como desligada de quaisquer referências no campo comunista internacional, posicionando-se em ruptura com todas as experiências de "socialismo real"; a Política XXI resultara, por sua vez, da união de ex-militantes do Partido Comunista Português, pelos herdeiros do MDP-CDE e por independentes. Na formação do Bloco juntaram-se ainda pessoas sem filiação anterior, mas que já haviam mostrado identificar-se com os movimentos indicados, destacando-se, no grupo inicial, Fernando Rosas (a sua antiga filiação no PCTP-MRPP havia acabado há muito).

Desde o início, o Bloco apresentou-se como uma nova força política que não negava a sua origem nos três partidos citados e que tinha uma organização interna democrática, mais baseada na representação dos aderentes do que pelo equilíbrio partidário. A adesão de novos militantes, sem ligação anterior a qualquer um dos partidos originários contribuiu para esse efeito.

O Bloco foi incluíndo ainda outros grupos e tendências: desde pequenos grupos políticos, como a Ruptura/FER, até grupos que, não sendo organizações políticas, são grupos de interessse constituídos já dentro do Bloco: mulheres, LGBT, sindicalistas, ambientalistas, etc. O Bloco reivindica a independência destes grupos em relação à política geral do partido.

Entretanto, os partidos constituintes entraram num processo de auto-extinção. A Política XXI já se extinguiu, tornando-se numa associação de reflexão política que se exprime numa das revistas da área do BE, a Manifesto. O PSR também se extinguiu, transformando-se igualmente numa associação que se exprime numa revista, a Combate. Quanto à UDP, foi a última das organizações fundadoras a transformar-se em associação política, no início de 2005. Edita igualmente uma revista, A Comuna."

É desta "amálgama ideológica" que nasce o Bloco e é bom recordá-lo num momento em que alguns pretendem ver no Bloco uma "alternativa de Esquerda" ao PS. Mas uma "alternativa" para quê? Que modelo de sociedade pretende o Bloco construir? Que valores fulcrais defende o Bloco? Que disponibilidade tem para apoiar uma solução de Governo liderada pelo PS, na eventualidade deste partido não obter a maioria absoluta? Creio que nenhuma.

Estas e outras interrogações devem ser levantadas e o Bloco deve ser confrontado com as mesmas, essencialmente para que o eleitorado seja esclarecido em vez de ser iludido com o habitual "folclore" deste partido. Em Lisboa, na gestão da CML, tivemos um pequeno exemplo de como o Bloco "foge" quando os compromissos são concretos e os desafios são de ordem prática, retirando rapidamente a confiança política no seu vereador eleito que se disponibilizou para trabalhar com António Costa e com o PS.

Um voto no Bloco, em nome de um qualquer "protesto" contra algumas medidas do actual Governo, não se traduzirá na construção de qualquer alternativa para governar o País e é importante que as pessoas estejam conscientes disso. O protesto pelo protesto é estéril e inútil. E, na actual situação de crise que vivemos, há "protestos" que podem configurar autênticos "suicídios" em termos da governação do País...

domingo, 1 de março de 2009

Para memória futura III




Excerto da Acta da Assembleia Municipal de Sintra – 27 de Novembro de 2008

"O Deputado António Luís Oliveira dos Santos Lopes, do PS, referiu: Vou ser rápido, porque parece que o tempo do Partido Socialista está a acabar, segundo disse ali o Senhor Deputado da CDU! Não sei se iremos ser encostados à parede aqui dentro ou lá fora mas, antes que o nosso tempo acabe, eu vou acelerar para poder dizer qualquer coisa! Relativamente à CDU, sou sincero, depois da intervenção do Senhor Deputado Miguel Carretas, a tentação era grande de lhe dar alguns esclarecimentos. Mas não vale a pena! E não vale a pena por duas coisas: É que não é o nosso tempo que está a acabar, mas é o tempo da CDU que já acabou há muito tempo, como se vê pelos resultados eleitorais sucessivos e, portanto, o nosso adversário político não é a CDU, mas o nosso adversário aqui nesta Assembleia e aqui em Sintra é a maioria de Direita que governa a Câmara. A CDU prefere apontar as suas baterias para o Partido Socialista, mas já estamos habituados pois há trinta e tal anos que assim sucede.

Relativamente à intervenção do Senhor Presidente, confesso que por vezes fico um pouco confuso! Que o Senhor seja um orador brilhante por vezes, sobretudo quando usa aquela expressão – que hoje não usou – do Ballet Bolshoi! Não sei se vai usar mais daqui a pouco, não? Mas fico confuso porque, quando a obra surge, como é o caso do IC19, do IC30, do IC16, quando há obra que é visível, aí o Senhor reivindica os louros de ter andado a pressionar o Governo, os Ministros e aquilo apareceu porque o Senhor insistiu; mas quando as coisas não aparecem feitas, a culpa é de toda a gente menos do Senhor! É da Piedade Mendes; é dos Deputados Municipais do PS, na primeira linha, penso eu; a seguir já vai para os Vereadores do PS, os que já não têm pelouros; e já acaba no Engº Sócrates, que folgo que ande a lê-lo com atenção! É bom sinal!

De qualquer maneira, gostaria de lhe deixar uma sugestão, que penso que poderá ajudar a Câmara: Uma vez que o Senhor Presidente referiu tão insistentemente a falta de recursos, eu penso que há um recurso que, em último grau, o Senhor pode utilizar, nomeadamente, para questões de âmbito social, que foram aqui tão referidas, que são aqueles 30 milhões de euros que iria empatar no enterramento dos cabos de alta tensão! Nunca mais se falou nisso, mas foi uma promessa que o Senhor fez e assumiu que era a Câmara Municipal que iria assumir esse custo. Bem, em caso de crise e já que ouvi aqui intervenções de Deputados da maioria tão preocupados com a crise social, têm pelo menos esses 30 milhões de euros que podem desviar para isso! "

XVI Congresso Nacional do PS


O Congresso do PS decorreu em Espinho, durante este fim de semana. Sem qualquer dúvida relativamente à liderança (José Sócrates continua a ser, naturalmente, o líder do partido), ficou uma mensagem clara e expressiva: só com nova maioria absoluta se reunirão condições para um Governo estável e capaz de continuar a enfrentar a grave crise que assola o Mundo.

Com uma Direita incapaz de construir um verdadeiro projecto alternativo e sem liderança digna desse nome; com uma Esquerda que oscila entre o radicalismo "chique" do Bloco e o modelo leninista do PCP; o projecto do PS, de uma Esquerda democrática, moderna e reformista, assume-se, efectivamente, como a única alternativa sólida para os próximos anos na governação do País.

É isso que os militantes e simpatizantes do Partido Socialista devem defender e clarificar junto do eleitorado, com assertividade e empenho.

Não vai ser um combate fácil - mas o País exige que seja feito, tal como outrora nos foi exigido o combate às tentativas totalitárias do PCP ou na defesa, sem hesitações, da nossa integração na Europa das Nações.