sábado, 28 de agosto de 2010

Os outros...



"Quem não se sentir ofendido com a ofensa feita a outros homens, quem não sentir na face a queimadura da bofetada dada noutra face, seja qual for a sua cor, não é digno de ser homem."



José Marti

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Parabéns!


Querer é poder!

Dois clubes portugueses, envolvidos em competições europeias de futebol, demonstraram-no esta semana, ultrapassando adversários teoricamente mais fortes ou que tinham obtido vitórias significativas na 1ª mão da eliminatória. Já sei que os "intelectuais" do costume desdenham do fenómeno social e cultural que o futebol representa - problema deles!...

Parabéns, Braga! Parabéns, Sporting! Votos de um bom percurso na Liga dos Campeões e Liga Europa!

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Honestidade


A notícia passou quase despercebida nos jornais. E não abriu, certamente, nenhum Jornal da Noite televisivo. A história conta-se em breves palavras:

um funcionário dos CTT do Porto foi recentemente vítima de assalto à mão armada, quando se deslocava a pé entre o banco, onde levantara algum dinheiro, e a estação dos Correios na zona de Campanhã. Procurando resistir ao assalto, envolveu-se em refrega com um dos assaltantes, o que levou a que se espalhassem pelo chão cerca de cinco mil euros.

Próximo do local do assalto estava formada uma fila de pessoas, na sua maior parte beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI), que aguardavam para levantar os vales na estação dos CTT. Vendo o dinheiro espalhar-se ao vento correram a recuperá-lo. Segundo a pequena notícia de jornal, quase todos os clientes que recuperaram do chão os tais cinco mil euros - do total de 40 mil que o funcionário transportava - eram pessoas pobres à espera de receberem ali o vale mensal do RSI. E foram essas pessoas que se apressaram a entregar o dinheiro às funcionárias da estação dos CTT.

Não retiro nenhuma moral desta história - seria fácil demais. Apetece-me apenas dizer, tal como Juvenal nas suas "Sátiras": "A honestidade é elogiada por todos, mas morre de frio"...

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Ter memória...


"Se possível, não devemos alimentar animosidade contra ninguém, mas observar bem e guardar na memória os procedimentos de cada pessoa, para então fixarmos o seu valor, pelo menos naquilo que nos concerne, regulando, assim, a nossa conduta e atitude em relação a ela, sempre convencidos da imutabilidade do carácter."

Arthur Schopenhauer

domingo, 15 de agosto de 2010

Ou "sim" ou "sopas"!


O que quer, afinal, o PSD?

Quer derrubar o Governo ou deixá-lo governar com o seu programa e de acordo com o mandato democrático sufragado em eleições? Quer estabilidade na governação do País num momento difícil em termos sócio-económicos ou pretende gerar uma crise artificial em função dos seus interesses partidários e forte desejo de regressar ao Poder? Ou quererá, eventualmente, que o Governo do PS fique "refém" das "chantagens" sobre uma eventual aprovação ou não do próximo Orçamento de Estado e passe a governar em função do programa laranja?

Creio que já ninguém entende.

Se o PSD pretende derrubar o Governo e acha que tal é imperioso para "salvar" o País - tenha a coragem de apresentar uma moção de censura na Assembleia da República! Seja consequente! Assuma as suas responsabilidades perante o País como maior partido da oposição! Apresente, com total clareza e transparência, quais as medidas que pretende aplicar e que serão substancialmente diferentes daquelas que o actual Governo tem vindo a aplicar. Clarifique, de vez, se efectivamente pretende baixar salários aos trabalhadores e em que percentagem, por exemplo, naquela que tem sido uma proposta recorrente entre economistas e gestores ligados àquele partido ou participando em acções sob responsabilidade do mesmo. Assuma qual o modelo que pretende aplicar para a Saúde, para a Segurança Social, para a Educação e qual o papel que defende para o Estado e para os privados nestas matérias. Seja explícito relativamente ao que pretende alterar em matéria de legislação do Trabalho, nomeadamente no que diz respeito à facilitação (ou não) dos despedimentos.

Sem hesitações. Sem ziguezagues. Sem dúvidas.

E depois os Portugueses que decidam - mas em consciência e perante propostas alternativas concretas. Talvez o PSD e a sua actual liderança venham a ter alguma surpresa.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

A "crise"...


Reportagem da TVI no Jornal da Noite de hoje. Tema: venda de casas de luxo. O negócio vai de vento em popa. Preço mínimo: 400 mil euros para um apartamento T1, chegando a alguns milhões no caso de moradias. Compradores? Administradores de empresas, quadros dirigentes de organizações, grandes gestores. Na maior parte dos casos compram a pronto e com dinheiro vivo, pelo que não sofrem os problemas actuais da falta de crédito, que é coisa de "pobretanas" de classe média. Crise? Qual crise?!

Aposto que a maior parte destes "gestores e altos quadros" são daqueles que também defendem, como "saída para a grave situação do País", a redução de salários dos trabalhadores, a facilitação dos despedimentos e acham que o papel do Estado deve ser reduzido ao "mínimo"...

É cá um palpite...

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Uma aposta ganha


A aposta do Governo português nas energias renováveis foi objecto de um artigo publicado, hoje, no jornal norte-americano “The New York Times” – com claros elogios, sublinhe-se.

Portugal é, assim, apontado como um exemplo a seguir nesta matéria, inclusive pelos próprios Estados Unidos da América que, apesar de manterem, de momento, custos energéticos mais baixos, irão pagar essa “factura” num futuro próximo, face ao progressivo esgotamento dos combustíveis fósseis.

O jornal refere que, já em 2010, cerca de 45% do nosso fornecimento de electricidade terá como origem as energias renováveis (hídrica e eólica), quando tal valor era apenas de 17% há cinco anos atrás. É, ainda, referido que a Agência Internacional de Energia considera o caso português um “notável sucesso”.

Nesta (como, infelizmente, em muitas outras matérias) parece haver mais espaço na Imprensa internacional para elogiar e divulgar acções positivas da governação do País, do que na nossa própria Comunicação Social (que, obviamente, não deixará, agora, pressurosa, de “citar” o NYT…).

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

"Quo Vadis", Sintra?...


Segundo dados revelados recentemente pelo Instituto Nacional de Estatística, e relativos a 2007, a região de Lisboa congrega seis dos quinze concelhos portugueses com maior poder de compra do País, sendo que apenas quatro dos 18 municípios da região estão abaixo da média nacional – infelizmente Sintra é um destes quatro casos, com um valor de 98,2, ainda assim suplantado por Odivelas (98,7).

Lisboa (1.º lugar), Oeiras (2.º), Cascais (4.º), Alcochete (5.º), Montijo (9.º) e Almada (15.º) são os municípios da Região de Lisboa considerados na tabela dos quinze concelhos com maior poder de compra por habitante.

Este indicador caracteriza os municípios «sob o ponto de vista do poder de compra, numa acepção ampla, a partir de um conjunto de variáveis», nomeadamente salários auferidos pelos habitantes, contratos imobiliários e o número de automóveis.

De salientar que, em 2005, Sintra ainda tinha um poder de compra, per capita, superior ao Porto, Oeiras, Cascais, Loures, Almada, Matosinhos e Amadora, apesar de um decréscimo gradual que se registava já a partir de 2002. Neste momento, municípios como a Amadora (114,73), Mafra (109,89), Azambuja (108,07) ou Loures (111,60), para apenas citar alguns, ultrapassaram claramente o nosso Concelho relativamente a este índice.

Há já bastante tempo que alerto para esta “desvalorização” constante do nosso território, aqui tão claramente demonstrada. Trata-se de um importante indicador no que diz respeito à “estagnação” de Sintra nestes anos mais recentes, revelando um “empobrecimento” global, não apenas em termos económicos mas igualmente sociais, com a clara saída das classes médias para Concelhos vizinhos onde as condições de vida proporcionadas aos diversos níveis (transportes, escolas, vias de comunicação, parques urbanos, equipamentos de lazer, saúde, etc) se têm vindo a revelar claramente superiores, com a consequente valorização do património de cada munícipe, atracção de recursos e crescimento dos índices de satisfação global das populações.

Não cometerei a injustiça de apontar culpas exclusivas, por esta situação, ao Presidente da Câmara Municipal de Sintra e respectivos vereadores do PSD e do CDS/PP, eleitos pela coligação Mais Sintra ( já lá vão 9 anos consecutivos…) – mas certamente lhes caberá uma grande e significativa parte dessa responsabilidade.

Sem prejuízo do envolvimento do Poder Central em determinadas matérias, fica claramente demonstrado pelo exemplo de outros municípios (gradualmente “ultrapassando” Sintra nos anos mais recentes, sendo dirigidos pelas mais variadas forças políticas e sujeitos ao mesmo tipo de constrangimentos) que o Poder Local e os seus actores têm uma importância decisiva na criação de condições para o desenvolvimento, na atracção de investimentos, no desenho e desenvolvimento de projectos, na capacidade de influenciar os diversos responsáveis governamentais, enfim, na concretização de uma “visão estratégica” para o território, em benefício das populações e no sentido do seu desenvolvimento sustentado.

É essa incapacidade dos actuais responsáveis pela gestão da CMS que a frieza destes números vem demonstrar, para lá de alguns discursos empolgados ou repetição de piedosas intenções.

sábado, 7 de agosto de 2010

António Dias Lourenço


Faleceu hoje, aos 95 anos de idade, António Dias Lourenço, militante e dirigente destacado do Partido Comunista Português.

Lutador contra o regime fascista que oprimiu o nosso País durante 48 anos (e que alguns, por vezes, ainda parecem querer "branquear"), Dias Lourenço foi, em conjunto com Álvaro Cunhal, um dos célebres presos políticos que protagonizaram a espantosa fuga da prisão-forte de Peniche.

Foi deputado entre 1975 e 1987, tendo feito parte da Assembleia Constituinte.

Para lá de quaisquer divergências ideológicas, quero aqui deixar a minha modesta homenagem ao combatente contra o Estado Novo e ao heróico resistente que deu grande parte da sua vida na luta pela liberdade, num tempo em que a fibra e a coragem de alguns homens e mulheres fizeram realmente a diferença.

Que descanse em Paz.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Estio


Verão. Tempo para algum descanso, para uma pausa na rotina diária. Tempo para reflectir. Tentar ler aqueles livros que se amontoam e não se teve tempo para tal. Tentar fazer balanços e preparar novos caminhos. Ou apenas sentir o tempo passar, esse tempo que diariamente nos agarra pelos colarinhos e nos esmaga de obrigações e que agora caminha, de chinelos, ao lado do nosso contentamento. Verão...