quinta-feira, 15 de maio de 2008

O que virá a seguir?...


Antes de ser eleito Secretário Geral o homem era acusado de tudo e mais alguma coisa. Era católico. Havia um ror de histórias do arco da velha que supostamente “enlameavam” o seu passado. Tinha sido da JSD. Era "queque". Era inconsistente. Era da província. Era teimoso. Era arrogante. Era irascível. Depois foi eleito Secretário-Geral do Partido pelo voto directo dos militantes. Na campanha para as eleições Legislativas, novas acusações – as insinuações canalhas sobre a sexualidade, a sombra de negócios pouco claros em Alcochete. Ainda assim o homem foi eleito Primeiro-Ministro e logo com maioria absoluta. Alguns dos que lhe apontavam o dedo dentro do Partido esqueceram-se de todas as acusações e suspeições, apareceram até sorridentes ao lado do homem, batendo palmas, freneticamente, na 1ª fila de encontros partidários e houve até quem lograsse uma ou outra nomeação para um cargo confortável e bem remunerado no estrangeiro. Nos partidos da oposição (com especial destaque para o maior partido da oposição) os ataques pessoais persistiram – à repetição das acusações de arrogância, autismo, teimosia, somaram-se as diatribes intensas sobre a validade da licenciatura em Engenharia, as alfinetadas sobre a namorada jornalista e o convite de uma produtora para colaborar em programa a exibir na RTP-2. À falta de argumentos políticos sobraram farpas envenenadas. Mas não bastava. O homem foi agora acusado de fumar 2 ou 3 cigarros num avião fretado pelo Governo para ir à Venezuela, suprema heresia! O País pára. Constitucionalistas são chamados a opinar. O povo exige justiça. Sumidades exigem um pedido de desculpas público. Autores da descoberta horripilante? Jornalistas de um diário, propriedade de conhecido empresário que perdeu uma célebre OPA durante o mandato deste Governo. Os mesmos jornalistas confessam que sempre se fumou nos voos fretados do Presidente da República - mas o Presidente não fuma… E eles também não acharam relevante fazer matéria sobre o assunto. Mas com o homem fia mais fino. O homem é arrogante. Teimoso. Se não pede desculpa é cínico; se pede, é fraco. Quer impor regras e limitar interesses corporativos. Veio da província. É do “aparelho”. Baixou o défice que sumidades da Ciência Económica deixaram pelas ruas da amargura. Tem uma namorada jornalista. Faz jogging.. Não baixa nas sondagens nem por nada. Caramba, digam lá se o homem não se pôs mesmo a jeito?!...

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