segunda-feira, 25 de julho de 2011

O Mal



O Diabo encarnou na Noruega e fez das suas...



O Mal esconde-se, por vezes, no meio da Luz - e cega. À esquina do esquecimento a Intolerância espera; ontem os judeus, hoje os marxistas, amanhã os árabes e um destes dias qualquer um de nós. Muitos dos que agora censuram este "raide" animal são dos que vociferam contra os trabalhadores do Estado e lhes colam rótulos. Ou contra os pretos que dançam e cantam alto. Ou contra os "políticos", no tempo do Salazar é que era bom. Ou contra os calões dos Gregos e dos Portugueses a viver "à custa" da generosidade e rigor germânicos...



O ódio é uma serpente que se alimenta da ignorância e da inveja e a sua voz sibilina ainda faz estragos...


Hoje milhares de mãos ergueram rosas, em silêncio, na fria Noruega, lembrando o riso cristalino dos jovens que partiram cedo demais.

Rosas. Vermelhas. "L´important c´est la rose"... A Vida continua.

Mas não esqueçam o sorriso do Diabo - um dia hão-de cruzar-se com ele, por aí...

domingo, 24 de julho de 2011

Um momento de viragem

António José Seguro foi ontem eleito, pelos militantes, Secretário Geral do PS.


Não terá tarefa fácil. O PS precisa, em primeiro lugar, de se reorganizar internamente, o que já será difícil e espinhoso. Depois (tão rapidamente quanto possível) terá que afirmar um verdadeiro projecto alternativo ao do actual Governo de Direita. Se é simples de escrever, não será nada simples de concretizar - mas foi para isso que António José Seguro recebeu a confiança de praticamente 70% dos militantes socialistas e estou certo que dará o seu melhor neste momento de viragem.


Estamos a assistir ao mais brutal ataque ao Estado (não apenas o Social, mas o Estado enquanto estrutura global de representação e fomento do "Bem comum") de que há memória no pós-25 de Abril. Atrevo-me, até, a dizer que muito daquilo que foram duras conquistas que os trabalhadores deste País obtiveram com a Revolução dos Cravos, estão agora sob constante ameaça. Com o pretexto da Crise financeira global, a Direita pura e dura que sempre ansiou pela fragilização das relações de trabalho e aumento de lucros à custa de modelos de produção baseados em baixos salários, encontra agora o terreno propício para desenvolver as políticas neo-liberais que sempre defendeu.


O actual Governo actua claramente como um Estado-Maior de interesses dos grandes grupos privados, preparando-se para entregar quase de borla aquilo que, no sector público, dá lucro e condenando à degradação gradual serviços essenciais como a Saúde, os Transportes ou a Educação, abrindo a porta para que, também por essa via, a procura dos privados tenha um acréscimo significativo a médio / longo prazo.


Rasgam-se contratos livremente assinados com trabalhadores, cortam-se salários com a maior das tranquilidades, constrói-se todo um cenário de "medo" e de "ameaça" que diminua a participação (nomeadamente através dos Sindicatos) e facilite a manipulação individual. Deitam-se para o lixo Acordos de Empresa e ignoram-se, ostensivamente, obrigações assumidas. Intocáveis e "sagrados" apenas os lucros da especulação, os contratos que obrigam as famílias a pagar as suas casas ou bens adquiridos e as "obrigações" dos trabalhadores face ao empregador - nada de diminuições, nada de compreensões, nada de "cortes"...


No que diz respeito ao Estado, cultiva-se e incentiva-se a disseminação da ideia de que se trata de um "peso". De que os seus trabalhadores são todos uns "parasitas" desnecessários. Atiçam-se ódios revelando salários ou regalias que possam criar raíz no terreno sempre fértil da inveja, sem importar se estamos a falar de carreiras com mais de 20 ou 30 anos ao serviço de todos. Muito fala a Direita de "mérito" e de "recompensar o esforço" mas depois "esquece-se" de ter esses factores em consideração quando estão em jogo os trabalhadores do Sector Público... Feitos os "estragos" alguém comprará barato aquilo que gradualmente se desvalorizou e um bem ou serviço que era de TODOS passará a dar lucro...apenas para ALGUNS!... Dá até vontade de perguntar por que razão o BPP e o BPN, privadíssimos e geridos por tantos dos "iluminados" desta Direita sapiente e opinativa, acabaram como todos nós sabemos, sendo que, no segundo caso, a "factura" ficou para todos nós pagarmos!... Para isso o Estado já serve!...


Não se podem pedir sacrifícios apenas a quem vive do seu trabalho, destruindo completamente a classe média. Não se pode pedir empenho quando se nega o futuro dos jovens. Não se constrói um País solidário tratando aqueles que trabalharam durante décadas como "lixo". Temos também que combater uma Europa onde Alemanha e França reunem de véspera e determinam o que todos os outros membros da Comunidade devem ou não aceitar! A solução para termos Paz e Desenvolvimento neste Continente tem que ser global e apontar caminhos de desenvolvimento e não de recessão.


Só o PS pode construir um projecto realmente alternativo e mobilizar esforços ao nível da Internacional Socialista para unir o protesto e a justa reivindicação dos trabalhadores da Grécia, da Irlanda, de Portugal e também da Espanha, da França e de todos os países onde começa já a ser clara a mesma intenção de fragilização dessas economias e recapitalização da alta finança à custa dos rendimentos do Trabalho.


Um desafio imenso para António José Seguro - mas também para todos os militantes socialistas que têm a obrigação de participar neste combate e contribuir para que a liderança que livremente escolheram tenha sucesso.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Escolher sem excluir.


No final desta semana os militantes do PS serão chamados a eleger um novo Secretário Geral do partido.


António José Seguro e Francisco Assis protagonizam duas candidaturas e duas formas diferenciadas de perspectivar a organização e projecto do PS rumo à criação de uma alternativa ao projecto de Direita que, neste momento, controla os destinos do País. Sendo, igualmente, duas personalidades distintas, obviamente que imprimem também diferentes cunhos pessoais na sua actuação política.


O debate tem sido vivo, frontal e com ampla abertura à participação de todos os interessados, desde militantes a simpatizantes, quer nas sessões com a participação dos candidatos, quer nas redes sociais, blogues, etc.


A minha escolha está feita desde há muito e é pública - apoio e irei votar em António José Seguro, convicto de que será capaz de construir um projecto verdadeiramente de Esquerda e liderar o partido num momento decisivo do actual regime democrático e no qual, uma vez mais, o Partido Socialista terá certamente um papel fulcral. Com Seguro o PS reencontrar-se-á com a sua matriz de Esquerda democrática e estou certo que será capaz de abrir pontes para uma real alternativa de Governo, face a uma Direita neo-liberal que está a destruir a Europa enquanto espaço de paz, de progresso e de desenvolvimento.


Na construção desse projecto de futuro estaremos certamente TODOS, após as eleições internas - os que agora apoiam Francisco Assis ou António José Seguro, porque a Democracia é escolha e não exclusão.


Não se trata de repetir meras palavras de circunstância - acredito realmente que o mérito e o valor de cada militante devem estar acima de qualquer disputa interna e esse é também um desiderato do Novo Ciclo que está prestes a iniciar-se.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Um campo de jogos para o RRM!


Desculpem lá mas não me resigno!...

Aquele "buraco" imenso, à entrada da freguesia de Rio de Mouro, onde devia estar o Campo de Jogos do RRM é uma chaga a céu aberto! É um libelo contra a incompetência de quem tem responsabilidades na matéria e foi empurrando o problema com a "barriga", como diz o povo!...

Não é a primeira vez que falo desta questão: há cerca de 1 ano
escrevi neste mesmo espaço o seguinte:

"Quanto ao campo de jogos do RRM (Rio de Mouro, Richoa e Mercês) lá continua transformado num imenso vazio, numa zona de entrada principal na Freguesia, na sequência de um negócio de contrapartidas para a construção, naquele local, de um posto de combustíveis e alargamento dos acessos ao IC19. Realmente os acessos e posto de combustíveis foram feitos - o prometido campo de futebol relvado e sede do clube é que parecem ter caído no esquecimento... Da Junta de Freguesia de Rio de Mouro e Câmara Municipal de Sintra apenas um absoluto silêncio público sobre o assunto e uma aparente incapacidade de definir, preto no branco, afinal o que vai acontecer àquele espaço e ao clube, depois das promessas e projectos que agora ninguém vê, nem relativamente aos quais não se conhece qualquer planificação ou calendarização."

O "buraco" permanece - apenas "evoluiu" na quantidade de ervas daninhas que puderam livremente crescer por todo o lado...


Já sei que agora a desculpa será a "crise", é certo e sabido.


Mas houve um tempo para planear, e outro para construir rapidamente o tal posto de combustíveis que certamente fará bom dinheiro naquele espaço privilegiado - e nada sobrou para o essencial, a requalificação de um espaço importante na zona urbana da Freguesia e a possibilidade de muitas centenas de jovens (e não só) praticarem desporto.


Por mim, não me resigno e continuarei a exigir, como habitante de Rio de Mouro há mais de 40 anos, que se cumpra com aquilo que foi acordado! Um campo de jogos para o RRM - um espaço de lazer e de prática de desporto para os milhares de habitantes desta Freguesia que bem mereciam melhor do que o muito pouco que lhes tem sido dado!

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Um apoio assumido!

Feliz Natal!...

De repente em pleno Verão o Natal faz parte da ordem do dia...


Finalmente o Governo define a forma de nos cortar parte do subsídio de Natal, apresenta tabelas, faz-nos novamente parecer formigas tontas dentro de uma caixa que alguém espreita e agita a seu bel-prazer...


Natal... O que lembro do Natal?... Dos vários Natais?...


Raramente as prendas, quase nunca. E se lembro alguma é apenas para evocar o rosto ou o gesto de alguém, familiar ou amigo.


O que lembro?...


O último Natal que passei com o meu pai, trouxe-o do lar onde estava por causa do Alzheimer, aquele homem que me protegia cada vez mais igual a um menino perdido, ali sentado à mesa, comendo devagar, rasgos de reconhecimento de vez em quando, a tristeza serena de minha mãe, as minhas filhas sem entenderem bem que sombra era aquela no rosto do avô...


Outros Natais...


A alegria de ter a família toda reunida, o imenso gozo de coisas tão simples como o cheiro dos doces feitos pela minha avó, a emoção do riso genuíno na face das minhas filhas pequenitas, a noite imensa e misteriosa, a campaínha que alguém tocava e eu acreditava ser o Pai Natal, tudo misturado na memória de coisas boas, de tempos bonitos, tempos com gente dentro...

Por isso quero desde já desejar um Feliz Natal a estes senhores deste Governo e de todos os Governos que vivem presos no labirinto das suas certezas e da sua sapiência.


A Deus o que é de Deus. A César o que é de César. Sobram os homens e mulheres a quem nunca nada parece ser devido.


Tomem lá metade do meu subsídio de Natal. Tomem lá todo! E se quiserem estes ossos e esta carne, vossas serão, pode quem manda!


Só a minha memória doce nunca terão, nem as minhas lágrimas, nem o eco dos momentos bonitos que uma Vida encerra, nem o riso do meu pai quando a doença andava longe, nem os olhos brilhantes de minha mãe, nem a dignidade de meus avós, nem nada (nada!) daquilo que eu realmente sou.


Feliz Natal!...

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Acorda, Europa!...

É cada vez mais evidente que a solução para a crise que o nosso País atravessa nunca terá uma resolução fora de um quadro global, ao nível europeu. Primeiro "caíram" os países mais pequenos e com economias mais dependentes do exterior - mas a voracidade insaciável dos "mercados", como se previa, não ficou por aí e ameaça agora Itália, Espanha e o mais que se verá.


Espantosamente (ou talvez não...) numa Comunidade Europeia dominada por protagonistas e partidos de uma Direita claramente neo-liberal, tardam as soluções efectivas e vão-se ensaiando paliativos inúteis. Como é que países já claramente em dificuldades vão conseguir pagar empréstimos com as taxas de juro proibitivas que BCE, FMI e CE impõem nos chamados "resgates"? (palavra curiosa porque, efectivamente, existem Nações inteiras reféns desta teia de interesses...)


Estaremos a assistir à aplicação da "teoria do choque" tão do agrado de Milton Friedman (economista que o actual Ministro das Finanças diz apreciar especialmente...) a uma Europa que julgaria estar incólume de um pesadelo que, quer o Chile, quer a Argentina, em doses e circunstâncias diversas, já viveram? A "solução" para os excessos do grande capital financeiro (que estão na raíz desta Crise) será a miséria generalizada de Países inteiros, sacrificados no grande altar das agências de rating e dos vorazes "mercados"?...


Responda quem souber...


Uma coisa eu garanto: a História mostra-nos que a força, a determinação e o querer dos povos, em momentos determinantes e em função de causas justas, é capaz de impôr os caminhos do Futuro. Falta, ainda, a liderança firme que conduza o processo, factor decisivo e multiplicador. Mas que não se iludam aqueles que acham que este é o "fim da História" e que a resignação é inevitável - as Pessoas serão, SEMPRE, mais importantes que os défices, sejam eles de recursos financeiros ou de capacidade de entender os sinais dos Tempos.

domingo, 10 de julho de 2011

Novo Ciclo...

Começa hoje uma nova fase neste blogue.


Para além do comentário e opinião pessoais, essencialmente sobre temas sociais e políticos, este será também um espaço aberto a quem achar por bem enviar-me informação que queira partilhar ou divulgar por esta via, sobretudo sobre questões relativas ao Concelho de Sintra.


Obrigado e...até já!...