quinta-feira, 29 de abril de 2010

Fábula


Era uma vez uma casa no alto de um monte que era considerada uma das casas mais belas do lugar. Dentro da casa vivia uma velha senhora e um rapazito que ela adoptara. Toda a casa, por dentro, estava forrada a espelhos, porque a velha senhora adorava ver-se e rever-se nos espelhos, sentindo-se a mais bela das belas e a mais inteligente entre todos os sábios da Terra.

A tarefa principal do rapazito que vivia com ela consistia em limpar, meticulosamente, os espelhos de toda a casa, de forma a que nunca existisse nenhuma dedada, nenhuma mancha, nenhum excremento mínimo de mosca que ofuscasse a imagem que a velha senhora adorava ver reflectida de si. Nos dias em que se levantava com algumas olheiras devidas a mau dormir, berrava para o rapazito cobrir os espelhos da casa com alvos lençóis de algodão, de forma a que os espelhos não pudessem reflectir uma imagem que considerava menos boa de si.

E assim se passavam os dias...

Quando a velha senhora se deitava, o rapazito aproveitava para abrir um pouco uma janela das traseiras da casa e cantarolar baixinho velhas canções de quando andava na escola, como uma que rezava assim:

"- Eu prometo, tu prometes, eles prometem, nós prometemos... ai, ai, ai...e eles votam! Trailarai!..."

Era uma velha canção dos tempos em que se candidatara a delegado de turma no 9º ano e conseguira ganhar a eleição prometendo, a todos os colegas que votassem nele, meia dúzia de rebuçados e três cromos de craques da bola. Claro que depois de ganhar rapidamente esqueceu as promessas, mas que importava isso?... Gostava de a cantarolar, assim baixinho, recordando esses bons tempos idos...

Um certo dia de manhã bateram à porta. Era outra velha senhora, muito amiga da que vivia na casa com o rapazinho e que vivia longe, numa terra bem afastada dali. Para dizer a verdade, realmente nem sempre tinham sido assim tão amigas - o rapazinho ainda se lembrava de ouvir a sua ama dizer que detestava a pose da outra, que ela tinha a mania que era boa, que não a podia ver nem pintada, mas o que era certo é que, certo dia, a velha senhora que vivia longe visitou a sua ama, levou-lhe um espelho que dava exactamente para cobrir todo o tecto do sótão (única parte onde faltavam espelhos) e as duas fizeram as pazes e juraram amizade eterna. No final o rapaz serviu chá de jasmim e bolachinhas de canela e ambas acabaram a tarde a desfolhar albuns de recortes, com fotos das duas, retirados de revistas cor de rosa.

Entretanto o tempo tinha passado e as duas estavam já há muitos meses sem se verem. Mal o rapazito abriu a porta caíram ambas nos braços uma da outra, o ar encheu-se de risinhos e de gritinhos e logo acabaram sentadas na sala, enquanto o rapaz preparava um pequeno lanche.

- Então, cara amiga? A que devo a honra desta visita? - perguntava a dona da casa com um sorriso rasgado.

- Deu-me saudades suas, sabe?... Já não suportava estar tanto tempo sem vê-la, meu anjo...

- Mas assim, de repente? E logo para se dar ao trabalho de suportar uma viagem tão incómoda e tão longa?... - questionou a velha senhora que vivia na casa do monte, ainda com resquícios de uma certa desconfiança e de um tempo em que dizia da outra aquilo que Maomé jamais dissera do toucinho.

- Bem... - pigarreou a outra - Já que insiste, e para além da cruel saudade que me tolhia o coração e me impeliu a visitá-la, também há um favorzinho que lhe queria pedir..

- Diga lá, amiga... - sussurrou a ama do rapazito, já de pé atrás e mexendo o chá devagarinho, com uma colherzinha de prata.

- Sabe...eu queria perguntar-lhe se era possível usar a sua casa durante uns dias e os seus espelhos porque há um canal de televisão que quer fazer uma reportagem sobre a mulher mais bela e mais influente do Mundo e eu acho que este cenário é o ideal...

A dona da casa rasgou ainda mais o sorriso, quase deixou cair a chávena e levantou-se de súbito para abraçar a amiga:

- Ai, querida, que bom, que feliz me sinto por se ter lembrado de mim! Mil vezes obrigado! E quando vêm cá a casa filmar-me?

O rapazinho, eufórico e saltitante, já correra para o seu pequeno computador portátil e preparava-se para actualizar o perfil da ama no "Monte Book", um site onde todos os habitantes daquela terra exibiam as suas fotos, opiniões, ditos espirituosos e até brincavam, tal qual criancinhas, com um jogo que consistia em criar gado bovino e alimentá-lo a pão de ló.

Foi nesse momento que a visitante interrompeu:

- Creio haver aqui um equívoco... - balbuciou.

- Equívoco?... Como?... - respondeu a velha senhora refreando o abraço com que envolvia a outra.

- É que... a minha ideia era pedir a sua linda casa emprestada mas para fazerem uma reportagem comigo... Comigo... entendeu, cara amiga?...

O rapazinho susteve até às lágrimas o grito que ía a dar por ter entalado os dedos no seu pequeno computador. A sua ama, lívida, recuou três passos e sentiu uma tontura leve...

- Emprestar-lhe a minha casa?... Para você brilhar em frente aos meus espelhos?... Logo você que só pode ser a 2ª mulher mais bela e mais inteligente do Mundo porque, obviamente, a primeira SOU EU?! - vociferou, já de cabeça completamente perdida.

- Ai, deixa-me rir! - provocou a outra - Você a mais bela?! A mais inteligente?! Só se for aqui no monte onde todos são ignorantes! Ah, ah...

Ainda hoje ninguém consegue explicar completamente o que se passou. O certo é que, num ápice, as duas se envolveram numa bulha furiosa e todos os espelhos da casa acabaram reduzidos num montão de cacos! Não sobrou nem um centímetro onde nenhuma das duas se pudesse mirar e realmente, no final daquela luta feroz, triste figura veriam de ambas...

Os vizinhos, incomodados com tal estardalhaço, chamaram a policia que acabou por internar as duas num hospício, já que não diziam coisa com coisa e insistiam em agredir-se mutuamente. E aquela que fora a mais bela casa daquele monte e arredores estava agora reduzida a um monte de escombros.. Já não servia para ninguém...

Quanto ao rapazinho fugiu para bem longe, assustado com o rumo que as coisas levavam e nunca mais ninguém o viu, embora haja quem jure que, nas noites de lua cheia, ainda se ouve a sua vozinha ao longe cantarolando:

"- Eu prometo, tu prometes, eles prometem, nós prometemos... ai, ai, ai...e eles votam! Trailarai!..."

terça-feira, 27 de abril de 2010

Reflexão



"Ideias genéricas e uma grande presunção estão sempre em vias de causar uma terrível desgraça"



Goethe

domingo, 25 de abril de 2010

25 de Abril. Sempre!


ABRIL DE ABRIL


Manuel Alegre



Era um Abril de amigo Abril de trigo

Abril de trevo e trégua e vinho e húmus

Abril de novos ritmos novos rumos.


Era um Abril comigo Abril contigo

ainda só ardor e sem ardil

Abril sem adjectivo Abril de Abril.


Era um Abril na praça Abril de massas

era um Abril na rua Abril a rodos

Abril de sol que nasce para todos.


Abril de vinho e sonho em nossas taças

era um Abril de clava Abril em acto

em mil novecentos e setenta e quatro.


Era um Abril viril Abril tão bravo

Abril de boca a abrir-se Abril palavra

esse Abril em que Abril se libertava.


Era um Abril de clava Abril de cravo

Abril de mão na mão e sem fantasmas

esse Abril em que Abril floriu nas armas.



P.S. - Completam-se hoje dois anos desde que decidi criar este blogue. Continua a ser, para mim, um exercício pessoal de liberdade e democracia. Obrigado a quem tem paciência para vir aqui de vez em quando lê-lo. Grato a quem tem a amabilidade de me enviar sugestões ou comentários. E viva o 25 de Abril!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Saber Unir para Vencer


Como é do conhecimento público, existe, neste momento, uma disputa eleitoral entre duas listas concorrentes à Concelhia do Partido Socialista de Sintra. Como toda a gente também já sabe, a minha opção está tomada e é clara.

Creio ser saudável a existência desta disputa no PS - Sintra - porque é sinal de vitalidade de um partido e dos seus militantes e porque permitirá, certamente, esclarecer alguns equívocos e ideias-feitas.

Há dois anos atrás, quando o meu camarada Rui Pereira se candidatou à Presidência da Concelhia, dei-lhe aquilo que considero ter sido um "apoio condicionado". Isto é: não o conhecendo ainda muito bem, quer pessoalmente, quer politicamente e tendo tido, inclusivé, algumas divergências com ele, expressas publicamente em várias reuniões partidárias, decidi apoiá-lo de forma discreta e aguardando pelo trabalho feito, face a uma outra candidatura, liderada pela Drª Ana Gomes, que me pareceu sem qualquer tipo de sustentação ou coerência política.

Recordo-me, a propósito, que foram gravados na altura, em vídeo, diversos depoimentos de militantes do PS - Sintra, como peças de campanha em apoio do Rui Pereira. Revi, recentemente, por exemplo, os depoimentos de diversos camaradas meus, agora em lugares destacados da lista B, expressando esse apoio. Lembro-me que também fui convidado para gravar idêntico depoimento na altura mas como não tenho uma especial atracção pelo protagonismo dado pelas objectivas e pretendia, acima de tudo, dar o tal "apoio condicionado", recusei delicadamente.

Dois anos depois há um trabalho que foi feito e é com base nele que manifesto, agora, o meu apoio. Tive ocasião de conhecer melhor o Rui Pereira - não pelo que diziam dele, mas pelo que foi o seu comportamento, atitude e disponibilidade, para comigo, para com outros e que me foi dado observar. Tive oportunidade de divergir e discutir com ele em inúmeras ocasiões, sem sentir qualquer "penalização" ou "sanção", aliás, sei hoje em dia que o Rui Pereira tem o saudável gosto pela discussão política, desde que seja fundamentada e geradora de novas ideias. Vi a forma persistente como o Rui trabalhou para trazer a Sintra vários governantes do PS, para que discutissem com os militantes políticas e reformas nem sempre consensuais. Vi secções que se abriam a todos para debater, que procuravam novas formas de intervenção, que atraíam novos militantes. Vi a sua disponibilidade para apoiar os nossos autarcas sempre que necessário. Vi serem convidados e terem aceite integrar o Secretariado da Concelhia (logo, a poderem participar nas decisões e nas estratégias a definir para o Partido em Sintra) muitos daqueles que agora estão nos lugares cimeiros de uma candidatura que afirma ter chegado "o fim do tempo do Rui Pereira". E, acima de tudo, assisti à forma digna e empenhada como o Rui Pereira, Presidente da Concelhia do PS Sintra, soube UNIR o PS neste Concelho e soube gerar um difícil consenso, por ocasião da candidatura da Drª Ana Gomes à CMS.

E o tal "apoio condicional" de outrora, passou a ter motivos para um apoio incondicional agora.

Mas é também por tudo isto que, apesar de achar perfeitamente legítima e saudável a existência de uma outra candidatura, sinto alguma dificuldade em entender o conceito de "mudança" que agora se apregoa. Porque vejo pessoas nos lugares cimeiros desta lista B que durante 2 anos integraram os órgãos máximos de decisão do PS em Sintra, que foram eleitas para diversos cargos de responsabilidade, que sempre tiveram forma e local para exprimir ou apresentar as suas sugestões, enfim, que jamais poderão dizer que não puderam participar na vida e nas decisões do partido, em Sintra, durante este mandato liderado pelo Rui Pereira. Há camaradas meus na lista B que são (ou foram recentemente) vereadores, assessores do partido na Assembleia da República, deputados municipais em lugar de destaque, muitas vezes em mais do que um mandato. "Lugar aos novos"? E que sugestões ou projectos de renovação ou abertura do partido apresentaram? Quando? Foram alguma vez rejeitados? Por quem? Sinceramente, tento recordar-me de muitas reuniões de Secretariado, muitas reuniões da Concelhia, muitas reuniões de preparação de trabalho autárquico e confesso não me lembrar que tal tenha sucedido...

Uma palavra final e muito breve para a Drª Ana Gomes, com a mesma frontalidade e liberdade de expressão que tantos gostam de invocar, muitas vezes apenas quando lhes convém. Ela, melhor do que ninguém, conhece todo o processo da sua aparição em Sintra, há 2 anos atrás, como candidata à Presidência da Concelhia do PS. Derrotada nesse desiderato, teve aquilo que considero o imenso privilégio de contar com a maturidade e superioridade moral dos socialistas de Sintra, que, colocando para trás das costas todo um conjunto de divergências, souberam colocar os interesses do PS e de Sintra acima de tudo. Todos os militantes (repito: todos!), sob a liderança do Rui Pereira, deram o melhor de si numa difícil campanha autárquica para a eleger como Presidente da Câmara Municipal de Sintra. Democraticamente essas eleições foram novamente ganhas pelo candidato da coligação de Direita, o Dr.Fernando Seara. No final, relembro os calorosos agradecimentos e elogios da Drª Ana Gomes para todos quantos deram o seu melhor nesse combate - com o Rui Pereira à cabeça. Neste momento ela apresenta-se no 4º lugar da lista B. E nada mais acrescento - cada qual que retire as conclusões que entender.

Como socialista e sintrense a minha preocupação está em construir um projecto alternativo para apresentar ao eleitorado e demonstrar, em cada dia, que é possível fazer mais e melhor por esta terra e pelas suas gentes. Vivo neste Concelho há cerca de 45 anos. Uma vida... Nesta terra repousam alguns dos meus entes mais queridos, já partidos para morada eterna. É aqui que crio as minhas filhas, dia após dia. Conheço as pessoas, os locais, os cheiros, as dificuldades, os caminhos, os sonhos, os projectos, as frustrações. Conto acabar os meus dias por aqui, quando Deus quiser. A minha "ambição política" é poder fazer o meu melhor para que um dia os meus netos possam evocar o meu nome e associá-lo a algo de positivo para os habitantes deste Concelho. Essa é a minha razão de ser socialista e de continuar a lutar por convicções e ideais. De preferir concentrar-me nesses projectos e deixar a "mercearia" dos lugares ordenados numa qualquer lista, ou na estratégia para assegurar um lugar futuro na "arena" partidária, ou no esquecimento deliberado do que se disse ou fez ontem para se parecer "renovado".

No dia 30 de Abril os militantes do PS decidirão. Em consciência e certamente com a habitual sabedoria e reconhecimento de quem, efectivamente, merece o privilégio do seu voto.


Saudações democráticas para os meus camaradas das listas A e B. Viva Sintra!

terça-feira, 20 de abril de 2010

Homens de arame

Se há artista no circo que, desde sempre, admirei, foi o homem no arame. Aquela sua espantosa capacidade de caminhar no vazio, de pés ajustados à fina linha de aço, tronco flexível como espiga ao vento - foi coisa que sempre me deixou fascinado desde criança.

Já na vida real, se há coisa que nunca compreendi, nem mal nem bem, foram os "homens de arame", isto é, aqueles que querem sempre estar bem com Deus e com o Diabo e, dessa forma, jamais se comprometem seja com o que for, revelando um carácter tão fácil de "moldar" como um fino arame. A sua aparente indecisão fá-los estar continuamente do lado de quem vence uma disputa - porque, no final, poderão sempre dizer que, intimamente, era aquele o parceiro ou caminho que defendiam...

O homem no arame, o do circo, é um artista que merece aplausos, porque tudo arrisca e o seu equilíbrio é fruto de muito treino, sacrifício e dedicação à arte.

Os outros, aqueles que, infelizmente, andam por aí nas empresas, nas organizações, nos partidos, nos clubes, etc e que, no momento de dar a cara a favor de um amigo que nunca lhe negou apoio, ou na altura de ter que demonstrar princípios e convicções, se quedam pelo conforto do imobilismo ou da aparente indecisão, até ver qual dos lados sairá vitorioso - esses, serão sempre "homens de arame", dobráveis, moldáveis, pouco recomendáveis.

Saibamos estar atentos...

domingo, 18 de abril de 2010

Reflexão



"As pessoas vaidosas não podem ser astutas; elas são incapazes de se calar."



Luc de Clapiers Vauvenargues

sábado, 17 de abril de 2010

Sintra, "capital do cartoon"


Realizou-se ontem à noite, em Sintra, no CC Olga Cadaval, mais uma Gala World Press Cartoon, onde anualmente são distinguidos os melhores trabalhos (cartoons / caricaturas) publicados na Imprensa mundial.

Este ano, em paralelo, decorre homenagem a esse grande artista que foi Leal da Câmara (1876-1948), com exposição evocativa da sua obra a decorrer no Museu de Arte Moderna de Sintra, conjuntamente com a exibição dos melhores trabalhos concorrentes ao WPC.

Ontem, em intervenção efectuada na Gala de entrega de prémios do WPC, o Presidente da Câmara Municipal de Sintra, Fernando Seara, afirmou que Sintra já é, em função deste evento, a "capital do cartoon". Face à importância do mesmo a nível internacional, creio que se trata de uma afirmação legítima e de orgulho sincero.

Contudo, num ano em que a Câmara Municipal de Sintra deixou que fosse reduzida a escombros, em Queluz, a casa daquele que é considerado o "pai da banda desenhada portuguesa" - Stuart de Carvalhais (1887 / 1961) - aqui fica uma sugestão para que, na próxima Gala do WPC, em 2011, seja feita uma grande exposição em Sintra sobre a obra de Stuart, tal como agora sucedeu com Leal da Câmara.

Nada compensa aquilo que se deitou abaixo - mas numa "capital do cartoon" o nome e obra de Stuart de Carvalhais têm que ser dignamente evocados. E essa "dívida" está ainda por "pagar" em Sintra.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Razões de um apoio



Caro Rui Pereira, eis as razões para manter o meu apoio à tua candidatura à Presidência da C. P. Concelhia do Partido Socialista em Sintra:


- porque sempre encontrei espaço para divergir e ter opinião própria nos diversos foruns sob a tua liderança;

- porque descobri, nestes últimos anos, que muitos dos que te atacavam na sombra nunca tiveram coragem para te enfrentar lealmente e dando a cara e assim continuam;

- porque nunca fui teu "apaniguado" e, ainda assim, nunca deixei de contar com a tua amizade e camaradagem;

- porque o teu "umbigo" (apesar de não seres propriamente um tipo "magricela"! :-)) nunca foi maior do que a tua capacidade para unir o Partido em Sintra e distinguir o essencial do acessório;

- porque deste a cara em momentos difíceis quando outros preferiram reservar-se e preservar-se;

- porque estou farto da hipocrisia de alguns e sei que a tua candidatura não é uma candidatura de "facção", nem de "exclusão" de quem não diz "amén", nem de "afastamento" de quem "incomoda" por ter espírito livre, opinião e coragem de a exercer, antes pelo contrário;

- porque sempre vivi do meu trabalho e faço da política um espaço de intervenção, de cidadania, de contributo, sentindo-me livre de apoiar em consciência e não (como tantos outros que vejo por aí...) por conveniência ou estratégia, embora disfarçada de palavrosas declarações;

- porque continuo a acreditar na lealdade e na amizade e já não tenho idade para mudar;

- porque é nos momentos de "encruzilhada" que devemos tomar posição,

continuas a ter, dentro das minhas modestas possibilidades, todo o meu apoio para continuarmos a construir em Sintra um PS de todos e para todos os militantes.

No fundo, um PS com Vida!

Um abraço.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

The show must go on!...

Parece que o PSD inaugurou uma nova moda - Congressos de 15 em 15 dias... Depois de Mafra, agora mais um fim de semana (de mera entronização do novo "chefe") em Carcavelos.

Num, "discute-se". No outro, dão-se abraços. Num, "discorda-se". No outro, "concorda-se" - em nome da "unidade" para chegar ao Poder, claro... Duplicação de dias de transmissão garantida nas TV´s do burgo, de notícias de jornais, de manchetes, de propaganda.

Talvez dois congressos ainda seja pouco - que tal um terceiro para explicarem, com clareza e frontalidade, o programa de um eventual Governo laranja? Para falarem, sem subterfúgios, do que pretendem fazer ao nível da Segurança Social, do crescimento dos salários, do fomento do emprego, das empresas a privatizar, da "racionalização" da administração pública, da avaliação dos professores e alunos, do investimento do Estado, da Segurança Pública, etc, etc, etc?...

Pois, pois...

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Actualidades

"Emídio Rangel foi ontem à Comissão Parlamentar de Ética, Sociedade e Cultura acusar dois organismos de Magistrados e Juízes de entraram "na onda de descredibilização do jornalismo" tornando-se centrais de gestão de informação processual.


Para Rangel os sindicatos "obtêm documentos de processos e trocam esses documentos com jornalistas nos cafés" deixando um aviso aos deputados da comissão que "isto vai acabar mal se não voltarmos a um período de regras em que a justiça não faz política".


in Notícias RTP, 7 de Abril


***


"A polémica lei da rolha no PSD, aprovada em congresso extraordinário no mês passado, não vai ser abolida na reunião-magna de partido que se realiza de 9 a 11 de Abril em Carcavelos."

in, Correio da Manhã, 5 de Abril


***

"(em Sintra) a cobertura do edifício da antiga Sintra Garagem ruiu no passado dia 17 de Março, ao fim de mais de três anos de abandono e degradação (...)"

in, Publico, 6 de Abril


***

Petição contra o aumento do preço da água no Concelho de Sintra - Destinatário: Câmara Municipal de Sintra / SMAS Sintra

"Tendo em conta o excessivo preço da água pago pelos munícipes do Concelho de Sintra, a qual no 1º escalão supera 3 vezes o custo do escalão equivalente em Lisboa (e representando este a maior fatia do consumo), segundo os tarifários publicados. Sendo os valores acima mencionados ainda afectados por taxas espantosamente elevadas, nomeadamente a taxa de resíduos sólidos proporcional ao metro cúbico de consumo para além de uma fixa, o que não parece fazer qualquer sentido, pois não há ligação aparente entre a produção de resíduos e o consumo da água. (...)"

Pode ver o resto desta Petição e assiná-la aqui.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Inspecções do IGAL em 2010

Foi notícia na Comunicação Social do passado fim de semana - o Plano de Inspecções da IGAL (Inspecção-Geral da Administração Local) para 2010, prevê intervenções em 66 autarquias, incluindo Sintra.

Segundo a IGAL, foram seleccionadas Câmaras Municipais que já estavam há bastante tempo sem serem objecto de inspecção (critério cronológico). O objectivo final passa por chegar a um patamar onde nenhum município esteja mais do que 4 anos sem ser alvo de inspecção.

Para além das Câmaras, a IGAL prevê, ainda, a inspecção de 12 freguesias, onde se inclui a Junta de Freguesia de Rio de Mouro. Nestes casos, já não se trata de uma escolha em função de critérios de tempo, mas considerando "o risco objectivo de existência de ilegalidades, indiciado pela apresentação de queixas, denúncias e exposições".

Aguardemos, pois, o resultado das inspecções anunciadas, especialmente em Rio de Mouro (ver mais informação aqui).