sexta-feira, 1 de maio de 2009

Acertar contas


Na última Assembleia Municipal, realizada no passado dia 23 de Abril, a “Sintra-Empata”, a Sintra do Dr.Fernando Seara e da gestão (?) desta maioria de Direita, foi uma vez mais confrontada com a crua realidade dos números e dos factos, a propósito da prestação de contas de 2008. Não é a primeira, nem será, certamente, a última vez que tal sucede e só é pena que pouco ou nada disto seja divulgado na nossa (pobre) Comunicação Social local, demasiado “reverente” (ou talvez demasiado dependente de receitas da publicidade institucional…) e onde o debate destas questões é praticamente inexistente - eu diria que até parece causar algum “incómodo”, sobretudo quando o PS tem razão e factos claros para o demonstrar!...

Nesta sessão da AM a deputada Piedade Mendes, do Partido Socialista, traçou um quadro negro daquilo em que se transformou o município de Sintra nestes últimos 8 anos e confrontou o actual Presidente com valores que comprovam que Sintra dispôs de muito mais recursos financeiros neste período de tempo, embora não se veja obra concreta por parte deste executivo camarário.

Eis alguns dados desta “Sintra-Empata”:

- o Concelho baixou no ranking nacional para empresas com um volume de negócios inferiores a 150 000 euros: Sintra surge na 133ª posição, atrás de concelhos como Montijo, Oeiras, Cascais, Seixal, Palmela, Vila Franca de Xira, Mafra, Amadora, Loures, Setúbal, Barreiro e Sesimbra;

- baixou igualmente no ranking nacional para um volume de negócios superiores a 150 000 €, aparecendo em trigésimo sétimo lugar, atrás de Oeiras, Palmela, Loures, Setúbal, Seixal, Vila Franca de Xira e Amadora;

- apesar de muita propaganda em redor do “apoio social” dado pela Câmara aos mais necessitados, a verdade dos números mostra que, em 2008, a verba destinada à acção social representou apenas 3,6% do Orçamento!... Pior: para a Infância foram orçamentados…128 mil euros (!) e executados apenas 1328 euros, isto é, cerca de…1%!

- para Parques e Jardins, em 2008, foram orçamentados três milhões, quinhentos e cinquenta mil euros (2,6%). Executado – 63%. Até parece que em todo o Concelho de Sintra não há necessidade de parques e jardins, para que nem se cumpra com aquilo que se previu gastar!...

- foram construídas 3 escolas básicas pelo Dr.Seara e pela maioria que o sustenta em 8 anos!... E numa destas 3 escolas (Monte Abraão) ainda recentemente caiu o tecto, ferindo alguns professores!... Com o PS, no início do ano lectivo de 2001, o Concelho de Sintra arrancou com 12 novos Jardins de Infância, 7 novas escolas do 1º ciclo e 15 novos pavilhões desportivos e todas estas novas escolas foram dotadas de importantes equipamentos complementares, tais como refeitórios e bibliotecas, entre outros. Que diferença!...

- no que diz respeito aos recursos financeiros, também aqui a comparação é expressiva e esclarecedora: nos mandatos PS (1994 – 2001) a Receita Total da CMS foi de 765.407.447 euros; nos mandatos do Dr.Fernando Seara e da sua maioria PSD/PP essa Receita Total foi de 983.855.059 euros;

- o valor do IMI recolhido entre 1994 e 2001 foi de 73.346.921 euros; o Dr.Seara e a actual maioria de Direita obtiveram, entre 2002 e 2008, 235.283.435 de euros!...

- idem na Derrama: entre 1994 e 2001 a CMS obteve 42.747.986 de euros; o Dr.Seara e a sua maioria de Direita obtiveram 90.904.128 euros entre 2002 e 2008!...

- a pergunta que se evidencia é apenas uma: por que razão existindo mais recursos se vê menos obra?! Pior – que obra significativa foi feita em Sintra que não se vislumbra?! Porque o alargamento do IC19 é da responsabilidade do Governo, assim como as obras no IC16 e IC30, assim como o Polis, etc, etc, etc, não podendo o actual Presidente reivindicar para si esses investimentos!...

O quadro é verdadeiramente demolidor para os responsáveis pela gestão (?) do nosso Concelho nestes últimos 8 anos. Como diz o nosso Povo, “nem fazem, nem deixam fazer”. Sintra é, hoje em dia, um Concelho menos atractivo para investir, para morar, para viver, e qualquer habitante reconhecerá facilmente que esta situação se agravou nos 8 últimos anos.

Não é por falta de recursos, nem de meios, nem de desafios – é por falta de projecto e de gente à altura para o levar em frente! Já chega!...

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