segunda-feira, 9 de julho de 2012

Uma questão fulcral

Uma das questões que ficaram para sempre associadas ao grande jornalista e escritor Baptista- Bastos foi a seguinte:

"Diga-me lá, afinal onde é que estava no dia 25 de Abril?..."

Creio que, nas próximas eleições autárquicas em Sintra, e com as devidas adaptações, haverá quem tenha, igualmente, de responder à seguinte questão:

"Diga-me lá, afinal onde é que esteve durante estes últimos 12 anos, enquanto as promessas feitas ficaram praticamente todas por cumprir e o nosso Concelho perdeu competitividade e qualidade de vida face aos Concelhos circundantes?..."

Quem responderá?...

sábado, 7 de julho de 2012

Um péssimo patrão

Imaginem um patrão que não gosta dos seus funcionários. Que os acha apenas um encargo e considera que são indolentes, incapazes e resistentes à mudança. Um patrão que não perde um segundo a elogiar o trabalho de ninguém, mas demora horas a denegri-lo junto de terceiros. Imaginem que esse patrão tem, ainda, a possibilidade de alterar as leis do Trabalho a seu bel-prazer. 

Esse patrão existe - chama-se Governo de maioria PSD/PP. 

Para ele, os funcionários do Estado são uma "chatice", uma despesa, um peso, uma espécie de "carneiros" que devem caminhar docilmente a caminho do altar neo-liberal para serem imolados pelos sumos sacerdotes, chamem-se eles António Borges, Mira Amaral ou Passos Coelho. 

Veja-se a reacção de Passos Coelho face à decisão do TC sobre os subsídios de férias e de Natal - profundo incómodo, palavras secas e agressivas do tipo "esperem pela pancada, que já vos digo como vai ser...", ressabiamento profundo por ter sido colocado em causa o dogma que considera que um "carneiro" não tem direito a balir, nem a espernear, apenas a esperar pela faca que o degolará com resignação. 

Este Governo odeia profundamente os próprios funcionários do Estado. Odeia que não possa despedi-los tão facilmente como faz em empresas privadas onde os contratos são à semana. Odeia que ainda tenham protecção na doença, quando o ideal seria entregar tudo à iniciativa privada e cada qual que se amanhasse e se não tivesse dinheiro para o seguro de Saúde, que tomasse chá de ervas do caminho ou morresse sem fazer muito alarido. Odeia que ainda sejam sindicalizados e se organizem para protestar, quando praticamente já conseguiu liquidar tudo isso na iniciativa privada, onde o patrão tem a faca e o queijo na mão e basta alguém armar-se em parvo e sindicalizar-se e tem a porta aberta para o desemprego. 

Obviamente que um tal patrão não pode defender, incentivar, motivar ou remunerar com justiça aqueles que trabalham para si - e é por isso que este Governo continuará a maltratar os seus próprios trabalhadores, a erigi-los como "egoístas" por se recusarem a ser os únicos a pagar a crise que não criaram, a arranjar todas as formas de se "vingar" pela derrota do TC na questão dos subsídios.

Esperemos pelos próximos episódios - mas o rosto fechado e incomodado do Primeiro Ministro, ao constatar que, afinal, ainda há Lei e Constituição em Portugal, não faz adivinhar nada de bom, especialmente quando todos já sentimos na carne a arrogância e intolerância com que esta gente, desta Direita autoritária e sedenta de "sangue", trata o factor Trabalho em Portugal, preferindo isentar de contributo para a crise quem ganha na especulação, na exploração ou nas grandes negociatas como o BPN e quejandos!...

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Por Sintra - Sempre!

Intervenção que efectuei no 15º Congresso da FAUL, realizado no passado Sábado, 30 de Junho, em Vila Franca de Xira:

"Caros camaradas,

Antes de mais permitam-me que saúde todos os delegados presentes e agradeça a  recepção que nos está a ser proporcionada pela Srª Presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, neste magnífico espaço, colocado ao serviço da população deste município e que é bem exemplo do esforço e dedicação de uma grande autarca do PS, a nossa camarada Maria da Luz Rosinha.

Seguidamente, endereço os meus parabéns, pela sua reeleição, ao camarada Marcos Perestrelo. Não tendo sido seu apoiante há 2 anos atrás, sinto-me agora perfeitamente à vontade para, com inteira justiça, reconhecer o trabalho entretanto realizado, o seu cumprimento da promessa de ouvir as bases e reunir periodicamente com as diferentes secções do Partido e o dinamismo que procurou criar na FAUL, sem exclusão de ninguém e com a preocupação de gerar franco debate. Estou certo que assim prosseguirá neste seu segundo mandato.

Caros camaradas,

aproxima-se o grande desafio das Eleições Autárquicas. Pela sua importância no conjunto nacional, a Área Metropolitana de Lisboa será palco de alguns combates decisivos para o PS, nomeadamente a disputa na Capital do País. Mas não só. Permitam-me que, sendo militante e autarca em Sintra, destaque a importância que uma vitória neste Concelho deve merecer por parte dos dirigentes do PS, nomeadamente os dirigentes da FAUL.

O Município de Sintra tem praticamente meio milhão de habitantes, sendo o segundo maior do País, logo a seguir a Lisboa. Temos uma população jovem, com grande diversidade étnica, cultural e religiosa e enorme potencial por explorar. Mas temos também (sobretudo nos tempos de crise que vivemos) grandes problemas reais ou potenciais, dos quais destaco o flagelo do desemprego e que, em Sintra, já está a arrastar consigo milhares de famílias de classe média e a criar situações que poderão ser potencialmente explosivas, do ponto de vista social, no âmbito da área metropolitana de Lisboa.

Nos últimos 12 anos a gestão de Direita (PSD/PP) tem sido desastrosa para Sintra. Desqualificou um território imenso e de forte potencial. Não soube captar investimentos significativos, geradores de emprego. Deixou degradar as condições de vida de meio milhão de pessoas, com uma oferta deficiente de transportes, falta de espaços de lazer, ausência de valorização e requalificação das suas praias, ausência de participação em grandes eventos potenciadores de captação de recursos através do turismo, incapacidade para sequer concretizar a construção de um Hospital no Concelho (parece incrível mas MEIO MILHÃO DE PESSOAS não mereceram, ao longo de muitos anos a fio, do Poder Local ou até Central, de Governos do PSD mas também do PS, diga-se em abono da verdade, a construção de um Hospital em Sintra!)…

Fernando Seara ameaça agora candidatar-se à CM de Lisboa e o Ministro Relvas já lhe estendeu a passadeira laranja – deixem-me que vos diga mas depois do Terramoto de 1755 creio que não haveria maior flagelo para a população da capital, mas estou certo que, neste caso, será possível evitar o desastre!...

Camaradas:

Sem desprimor para nenhum Município integrante da FAUL mas está na hora de Sintra ser tratada com a atenção e preocupação que, até agora, nem sempre mereceu. O PS não pode “arriscar-se” a perder novamente, para a Direita, a Câmara Municipal de Sintra por outros 12 anos – seria trágico para os habitantes daquele Concelho e para o desenvolvimento daquele território. Temos que apresentar uma candidatura ganhadora, forte, mobilizadora e que represente, efetivamente, uma nova esperança para os nossos munícipes. Temos que apresentar uma equipa de novos protagonistas locais, que vivam e sinta os problemas do Concelho e tenham ideias e propostas para os resolver ou minorar. Temos que apostar em 3 aspectos mobilizadores – atrair empresas e gerar emprego; apoiar iniciativas dos jovens, no âmbito do Conhecimento, do desenvolvimento local e do empreendedorismo; requalificar o espaço urbano degradado ou desordenado ao longo das últimas duas décadas.

Os militantes de Sintra já demonstraram o seu empenho e combatividade na defesa dos princípios e valores do Partido Socialista. Travamos, neste momento, uma luta contra a fusão ou extinção de Freguesias no nosso Concelho, integrados na Plataforma MAISintra, tendo conseguido grande mobilização local e logrado entregar na Assembleia da República um abaixo-assinado com mais de 7000 assinaturas. Esta é também (estou certo) uma luta de muitos outros camaradas de outros Municípios e Freguesias aqui presentes, porque é uma luta contra a prepotência e contra a obsessão deste Governo em atacar os mais fracos e em querer impor uma Lei que é absurda, que é anti-democrática e que não trará poupança alguma. Não fomos eleitos autarcas para fazer fretes ao Ministro Miguel Relvas, à Troika, ou seja a quem for – fomos eleitos autarcas para SERVIR as populações que nos elegeram, que têm que ser ouvidas e que têm que estar acima de quaisquer outros interesses!

Camarada Marcos Perestrelo,

Contaremos, certamente, com o seu apoio e de toda a FAUL para prosseguirmos neste combate e para apresentarmos, em 2013, uma candidatura ganhadora à Câmara Municipal de Sintra, dada a importância e relevância deste Concelho na Área Metropolitana de Lisboa.

O sucesso deste seu segundo mandato, será, sem dúvida alguma, o sucesso de todos nós, o sucesso do Partido Socialista!