segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Tropeções


Com a devida vénia, transcrevo o editorial do "Diário de Notícias" de 18 de Janeiro p.p.:

"As opiniões de Manuela Ferreira Leite sobre o TGV têm vindo a revelar bastante ligeireza a tratar de um assunto muito relevante para Portugal. Vamos por partes. A construção do TGV foi sancionada, em 2003, por um acordo entre Portugal e Espanha, assinado na Figueira da Foz, pelo então primeiro-ministro, Durão Barroso e pela ministra das Finanças, Manuela Ferreira Leite. Só isto já devia levar a algum recuo a líder do PSD, e impedi-la de dizer hoje, mesmo sob o argumento da crise, que uma vez chegada ao Governo se "risca por completo" o projecto.

Por outro lado, um governo de um país da União Europeia não pode, ou não deve, denunciar unilateralmente acordos com outros Estados membros. A construção do TGV tem apoios comunitários atribuídos a esta obra em concreto. É demagogia defender a reorientação do investimento quando as normas da UE não permitem a transferência das verbas. E, no fim da linha de argumentação, podemos questionar-nos se Portugal pode ficar de fora do projecto de Alta Velocidade Europeu.

São estas questões, ainda mais sérias em tempo de crise, que os portugueses querem e devem ter respondidas e problematizadas. Isso e não politiquice, como as acusações - infundadas - feitas à Lusa. Quem exige, e bem, que em política é preciso falar verdade não pode revelar tal propensão para a falta dela. A um candidato a primeiro-ministro exige-se o trabalho de casa. E Ferreira Leite, manifestamente, não o fez. "

Nem mais!...

P.S. - Ontem, no encerramento do XVIII Congresso do PSD/Açores, em Ponta Delgada, Manuela Ferreira Leite acusou o primeiro-ministro, José Sócrates, de ser "o coveiro da pátria". Não há dúvida - a senhora está de cabeça perdida e alguém devia aconselhar-lhe, rapidamente, novo período de silêncio!...

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