terça-feira, 15 de julho de 2008

A mordaça


Contaram-me no outro dia uma história extraordinária. De tal forma que, ainda hoje, tenho dúvidas se será real (como me garantiram) ou se não passará de mais um desses curiosos mitos urbanos, postos a correr por aí.

Vamos à história:

parece que existe uma certa região, de um certo país, onde os militantes de um determinado partido da oposição nao se coibem de chamar "mentiroso" ao Primeiro-Ministro, de o dizerem alto e bom som nas ruas, de o escreverem em jornais, comunicados e revistas, de lhe berrarem insultos na cara, de lhe fazerem "esperas" quando se dirige para reuniões do seu partido, etc, etc, etc. Muitos dos membros desse partido erguem cartazes em manifestações onde retratam o Primeiro-Ministro como um "burro" ou como um "cínico". Outros mostram, orgulhosos, panos com letras vermelhas berrantes onde se questiona, até, se o Primeiro-Ministro obteve a sua licenciatura de forma legal.

Quando questionados sobre essa forma de "ataque político", os militantes desse partido da oposição embespinham-se e vociferam contra quem pretende "impedi-los de usar a liberdade de expressão" a que têm direito.

Conta-se, ainda, que um destes dias, nesse tal País, nessa tal região, um militante do partido do Primeiro-Ministro criticou, aberta e frontalmente, a actuação política de um eleito local do tal outro partido, dos que nunca hesitam em insultar o Primeiro-Ministro sem contemplações, repetindo sempre que mais não fazem do que usar a "liberdade de expressão". Crê-se que o visado com a crítica achou especialmente ofensivo que quem o criticou tivesse usado expressões tão degradantes e humilhantes como "padeiro" e "padaria", algo que, convenhamos, ultrapassa em muito o "mentiroso" e "cínico".

A história acaba em Tribunal - a do "padeiro", não a do "mentiroso", porque a primeira é ofensa (segundo o visado), enquanto a segunda é "liberdade de expressão", segundo os militantes do partido do agora ofendido.

Confesso que ainda estou com alguma dificuldade em acreditar nesta história, há qualquer coisa aqui que não faz sentido, não acham?...

sábado, 12 de julho de 2008

Acreditar

Napoleão dizia: "Numa batalha, maior perigo corre o que mais teme".

Lembrei-me desta frase a propósito do verdadeiro coro de "Velhos do Restelo" que se vem levantando nas últimas semanas, traçando do País um quadro de desalento, de derrota e de pessimismo. Obviamente que vivemos um período difícil em termos de ciclo económico, claramente provocado pela crise a nível internacional, fruto da especulação financeira desenfreada e sem regras e das suas implicações.

Não precisamos de quem cave mais funda a "depressão" - mas de quem nos aponte caminhos, nos incentive como Povo, nos faça acreditar. Já cansa ver tanta "pitonisa" da desgraça, tanto comentador travestido de "Cobrador do Fraque", tanto Calimero do"bota-abaixo".
Uma Nação não se constrói baixando os braços, balbuciando lamúrias, repetindo que não se deve fazer nada, que não há recursos para nada. Todas as épocas têm o seu "Adamastor" - mas nunca ninguém o venceu de braços caídos.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Um bom exemplo


A Junta de Freguesia de Montelavar foi recentemente distinguida com uma Menção Honrosa no 1º Concurso Nacional de Boas Práticas na Administração Local, pelo projecto “ Definição e Implementação de um Sistema de Qualidade". Essa distinção foi directamente entregue pelo Secretário de Estado Adjunto e da Administração Local.

Este facto merece destaque por vários motivos. Em primeiro lugar porque foi a única Freguesia em todo o País a merecer tal distinção. Seguidamente porque representa a excelência do trabalho desenvolvido pela sua Presidente (Lina Andrés, eleita pelo PS), em conjugação com o esforço e dedicação dos membros do executivo e funcionários da Junta. Finalmente, porque se trata de um exemplo de "boas práticas" que, directamente de Montelavar - Sintra, serve de referência para as restantes autarquias nacionais.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Ingrid Betencourt


Ela não vai estar na Festa do Avante, onde muitos defensores e apoiantes das FARC (força terrorista colombiana que raptou e manteve Ingrid em cativeiro durante longos anos) certamente estarão. Mas o seu rosto, finalmente luminoso, vale pela verdadeira festa - a da Vida, da Liberdade, da Democracia.

terça-feira, 1 de julho de 2008

Cavalos e princesas em Sintra...




Nos últimos dias, o Sr.Presidente da Câmara Municipal de Sintra deu várias entrevistas a órgãos de Comunicação Social, na sua qualidade de autarca.

Numa delas, ao Alvor de Sintra, lá veio o habitual discurso que oscila entre o "realismo mágico" que faz ecoar a escrita de Isabel Allende ("Sintra é uma paixão amadurecida. A minha liberdade consiste em limitar o poder do destino") e a dramatização de pendor étnico ("No caso dos guineenses, temos de perceber a importância da religião muçulmana, no caso dos angolanos a origem a nível das regiões, e nos brasileiros, especificidades como as dos gaúchos, que fervem em pouca água") - mas nem uma palavra sobre o desenvolvimento da tal promessa da CMS assumir o custo (entre 20 a 30 milhões de euros, coisa pouca...) com o enterramento de cabos de alta tensão em alguns troços entre Fanhões e Trajouce; ou sobre a Casa das Selecções; ou sobre as já célebres ciclovias; ou sobre aquele grandioso Plano de Desenvolvimento para o Concelho elaborado pela equipa do Dr.Braga de Macedo, etc, etc.

Mas nada disso importará, certamente.

Para terminar deixo mais dois pequenos excertos desta excepcional entrevista:

- "A presença da Guarda a cavalo em Sintra, por exemplo, significa que alguns pequenos roubos por esticão são duas vezes pensados. É que o cavalo corre muito…"

- "[a propósito da imigração africana no Concelho] É bom termos a noção que em certas sociedades, o elemento feminino é uma princesa, e ficar sem ela, é uma dor imensa e para eles importa reacção. É isso que temos de aprender."

Nem mais!...