Envolvidos, hoje em dia, num estranho "clima" com laivos quase pidescos, pantanoso, por vezes roçando a esquizofrenia, acordamos todos os dias com uma única certeza: as notícias de hoje serão ainda piores do que as de ontem, chafurdarão mais fundo, confundirão mais o cidadão comum. Nem uma réstia de esperança, nem um sinal positivo, nem um esboço de caminho - apenas o "bota-abaixo" como princípio, a suspeição como arma e o negrume como horizonte.
Em Portugal temos um partido que devia constituir-se como alternativa de governação ao PS, que devia surgir junto do eleitorado com as suas propostas diferenciadas para governar o País, mas que, não o fazendo, já não hesita em utilizar a vulgaridade dos tablóides ou o vómito do julgamento na praça pública naquilo que se designa como "combate político". Parece que, não tendo conseguido ganhar as últimas eleições legislativas nas urnas, o PSD pretende "ganhá-las" um destes dias através da corrosão do carácter dos seus adversários políticos, com o Primeiro-Ministro à cabeça, ele que certamente já terá direito a entrar no Guiness como o político com o maior número de "acusações", "suspeições" e "investigações", desde a vida privada à pública, de todo o sempre!
Aliás, de política (no sentido mais nobre da palavra) já desde as eleições que pouco fala o PSD - mas apenas de "escutas", de processos, de Tribunais, de suspeitas, de diz-que-disse, de lamentações, de tricas sobre a liderança que não tem ou sobre aquela que continua a procurar, etc, etc, etc.
Fora de tudo isto há um País para governar. Um País que não se "congela" para assistir a este desfile de monstruosidades. Um País que tem que ter ânimo, esperança, projectos que lhe apontem o futuro. Um País que não pode estar refém de estratégias partidárias de baixo coturno. Um País com gente real, com problemas concretos, que exigem o arregaçar de mangas e não a comiseração, o desalento, o encolher de ombros.
A situação seria diferente (para melhor) se o PS tivesse obtido nova maioria absoluta? Creio convictamente que sim. Constatou-se que, afinal, nenhum partido da chamada Oposição queria dialogar sobre nada com o PS, mas apenas impôr-lhe condições ou limitar-lhe a actuação. Ninguém se mostrou disponível para trabalhar, em conjunto com o Governo eleito, numa alternativa que gerasse maior estabilidade governativa. Afinal, depois de tantas acusações de "arrogância" dirigidas ao anterior Governo, aquilo a que assistimos nos últimos meses foi à intransigência mais absoluta por parte de quem não ganhou as eleições para tentar condicionar as opções e caminhos que o Povo Português colocou em primeiro lugar. A Vida desmascara sempre estas situações...
Resta a memória dos factos para confrontar a miséria intelectual de quem não tem projectos, nem opções, nem rumos novos para os Portugueses, mas apenas tédio, medo, enfado ou suspeitas caluniosas para lançar ao vento - por isso aqui deixo o acesso a documento da Fundaçao Res Publica que é bem exemplificativo daquilo que foram as marcas da governação socialista com maioria absoluta e que tantos se afadigam em esconder ou ignorar, nestes tempos de cinza.
Sem comentários:
Enviar um comentário