segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Alta Tensão e Alzheimer


Segundo um estudo recentemente publicado pela Universidade de Berna, quem reside a menos de 50 metros de uma linha de alta tensão pode duplicar o risco de contrair a doença de Alzheimer.

Os cientistas basearam-se no exame de todos os óbitos causados na Suíça por esta doença neuro-degenerativa entre 2000 e 2005, num total de 9.200 casos. Conclusão: 20 destes casos surgiram em pessoas que residiram durante 15 anos ou mais a menos de 50 metros de uma linha de alta tensão, o que representa o dobro da prevalência registada no resto da população.

Em contraponto, os investigadores não encontraram qualquer aumento de casos em relação à média relativa a residentes a mais de 50 metros de uma linha de alta tensão.

O estudo foi publicado na revista norte-americana "Journal of Epidemiology" e é o primeiro no Mundo a debruçar-se explicitamente sobre a possível relação de causa e efeito entre os campos magnéticos dessas linhas e doenças como a Alzheimer. Uma teoria sugere que os campos magnéticos perturbam os contactos entre as células nervosas e outras células, enquanto para outra há uma maior produção de radicais livres, que poderia desencadear doenças degenerativas.

Estudos anteriores apontaram para outros efeitos possíveis dos campos electromagnéticos na saúde pública, nomeadamente riscos acrescidos de leucemia, tumores cerebrais, malformações em fetos ou partos prematuros.

Em Sintra, como se sabe, existiu recentemente grande polémica sobre esta questão, a propósito da instalação de linhas de alta tensão entre Fanhões e Trajouce. No combate contra a instalação dessas linhas junto a zonas residenciais, distinguiu-se uma autarca do PS - Fátima Campos, Presidente da Junta de Freguesia de Monte Abraão. Para quem a acusou de apenas querer "protagonismo" a qualquer custo, defendendo que estas linhas de alta tensão são "inofensivas", chamo a atenção para mais este estudo da Universidade de Berna.

Entretanto, continuamos a aguardar mais informações sobre a concretização de uma promessa feita pelo Presidente da CMS, relativamente à qual parece ter caído um diáfano manto de silêncio - o enterramento da linha de alta tensão em alguns troços, num encargo de cerca de 30 milhões de euros a suportar pela autarquia...

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