sábado, 26 de março de 2011

As crianças não devem brincar com fósforos...

Desde que decidiu colocar a sua sobrevivência na liderança do PSD acima dos interesses do País, Passos Coelho tem-se desdobrado em declarações contraditórias e infelizes. Já nem falo da farsa que constituiu este casamento de conveniência com a esquerda radical, para revogar a avaliação do desempenho dos professores (terão reparado que aquilo que o PSD propõe é basicamente uma avaliação externa, feita por empresas externas às escolas, antevendo-se um bom negócio para consultorias e afins?...), nem sequer da trapalhada do aumento do IVA depois de sempre ter jurado não o fazer.

Refiro-me sobretudo à questão da auditoria às contas públicas, anunciada aos 4 ventos como se ao País já não bastasse a irracionalidade dos ditos "mercados" ou a sofreguidão dos especuladores. A ânsia de Passos Coelho em atacar e enxovalhar o actual Governo e, sobretudo, José Sócrates, não olha a meios - se for preciso prejudicar ainda mais o País, dar dele uma imagem ainda mais degradada, torná-lo presa ainda mais fácil para o FMI e quejandos, Passos Coelho já demonstrou que não hesita um segundo, desde que possa fazer disso arma de arremesso eleitoral.

Que pena Passos Coelho não se ter preocupado em recomendar atempadamente auditorias aos seus amigos "laranja", donos e senhores do BPN, que gozaram à tripa forra e deixaram a conta para todos nós pagarmos. Que pena Passos Coelho não defender auditorias sobre certas permutas de casas de férias no Algarve e lucros chorudos em acções que nem cotadas na Bolsa estavam. Uma parte muito significativa do "buraco" que tanto nos prejudica a TODOS nós agora, tem a ver com um banco que toda a gente referia como "o banco do PSD", onde muita gente encheu os bolsos de forma desonesta, não respeitou nem clientes, nem investidores, nem o Estado e provocou ondas de choque que ainda agora nos afectam. Se Oliveira e Costa ou Dias Loureiro ou outras ilustres figuras do universo "laranja" fossem socialistas ou apoiantes de Sócrates, nem quero imaginar o fel que Passos Coelho verteria...

Não pode liderar o País neste momento tão difícil quem já demonstrou ser capaz de o coolocar em 2º lugar face à sobrevivência própria como líder partidário. Não pode liderar o País neste hora decisiva quem esconde propostas difíceis para não perder votos e não hesita em cavalgar o populismo fácil. Não pode liderar o País e abrir-lhe as portas do futuro quem já assumiu estar de cócoras perante os interesses estrangeiros e vai tropeçando em propostas contraditórias, à medida da mera caça ao voto.

Passos Coelho não serve sequer para liderar o PSD - quanto mais PORTUGAL!

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