quinta-feira, 23 de julho de 2009

Opinião no "Cidade Viva"


O jornal "Cidade Viva" decidiu criar um novo espaço de opinião, aberto a representantes das principais forças políticas do nosso Concelho. Foi com prazer que aceitei o convite para participar, enquanto militante do Partido Socialista e deputado municipal. Transcrevo o texto já publicado no último número do "Cidade Viva":



"A escolha que os Portugueses vão ter que fazer nas próximas eleições legislativas é bem clara: ou optam por prosseguir com um projecto de Esquerda, moderno e tolerante (que obviamente terá aspectos a corrigir ou ponderar, mas que tem uma marca e preocupações claramente sociais), protagonizado pelo PS; ou escolhem um regresso ao passado com o PSD e o PP e o seu discurso da “tanga”, da desistência, do miserabilismo, do imobilismo, do primado do privado sobre o público.

Com efeito, a anterior governação de Direita foi “apenas” há 4 anos atrás e só a vertigem do
dia a dia pode levar a esquecer o que constituiu o cerne desses anos, com Governos de Durão
Barroso e de Santana Lopes e ministros como Manuela Ferreira Leite, Bagão Félix, Morais Sarmento e outros elementos do PSD e PP que já se perfilam novamente como “anjos salvadores”, sugerindo que irão agora tirar de uma qualquer cartola as soluções miraculosas que anteriormente nunca aplicaram.

É por isso que é bom ter memória. Relembrar, por exemplo, que foi com os anteriores Governos de Direita que os salários reais dos trabalhadores da Administração Pública diminuíram em anos consecutivos, assim como as comparticipações com despesas médicas. Que os transportes públicos chegaram a aumentar o dobro da inflação prevista pelo Governo PSD/PP. Que o desemprego, em 2003, cresceu a um ritmo diário de 200 novos casos. Que se registou um aumento de 137% no número de falências de empresas. Que cerca de 2 000 mulheres portuguesas, por ano, tinham que atravessar a fronteira para ir a Badajoz realizar uma interrupção voluntária da gravidez. Que Durão Barroso, ao lado de Aznar e com Manuela Ferreira Leite como ministra das Finanças, anunciou a construção de 4 linhas do TGV. Que apesar de todas as vendas de património do Estado e dívidas fiscais e da Segurança Social ao City Group, assim como do recurso aos Fundos de Pensões dos trabalhadores da CGD e da ANA, foi deixada uma “herança” de 6,83% de défice nas contas públicas. Etc, etc, etc. Sublinhe-se, ainda por cima, que não existia na altura a grave crise económica que agora afecta todo o Mundo – imagine-se como teria sido, se esses Governos PSD/PP passassem por esse tipo de provação!...

É por isso que a escolha nas Legislativas que aí vêm é clara, como acima referi. Ou queremos
continuar num rumo que tem uma liderança sólida, um projecto definido, uma vontade reformista genuína mas que não deixa para trás, entregues à sua sorte, os mais fracos ou mais
desprotegidos da Sociedade; ou regressaremos a esse passado de triste memória, com as mesmas caras de sempre, a mesma vontade de tudo parar, tudo “anestesiar”, nada fazer, com um discurso forte com os fracos e muito fraco face aos mais poderosos.

Voltaremos a este tema."

1 comentário:

Carlos T. disse...
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