Os resultados dos nossos atletas nos Jogos Olímpicos não deviam surpreender-nos - o que (sempre) constituiu motivo de surpresa foi a excepção de alguns resultados brilhantes, atingidos por atletas portugueses que se superaram noutros Jogos Olímpicos, Europeus e Mundiais. E, como todos sabemos, as excepções não constituem regra. Carlos Lopes, Fernando Mamede, Rosa Mota, Fernanda Ribeiro, etc, foram excepções. Superaram as dificuldades. Acreditaram. Morderam o pó e levantaram-se. Mas foram, sempre, excepções. Porque a "regra" tem sido a desculpa do "tempo" (seja frio ou calor, nesse ponto alguns dos nossos atletas não são preconceituosos...), da "pressão", do "tamanho do estádio", da comida, da água, do "jet lag", da altura dos outros, da força dos outros, dos árbitros...
Portugal tem reunido todas as "condições", ao longo das últimas décadas, para que não possamos ficar surpreendidos com os maus resultados registados em Pequim. Um País que abomina exames na Escola (são "traumatizantes" para os alunos...), que aceita alegremente que se entre num Curso Universitário com média negativa, que fomenta o facilitismo ("sacrificios para quê"?...), que deixa vazios os estádios onde se realizam provas de atletismo, que discute futebol até ao pormenor do forro do casaco dos dirigentes, que ergue mais rotundas por Concelho do que locais para a prática livre de desporto, etc, etc, etc... como pode querer que jovens atletas se superem, se sacrifiquem, se mentalizem, se concentrem para serem "os melhores" nas suas modalidades?...
Nem vale a pena vir com a conversa do costume sobre a "dimensão" do País - a Jamaica, até ao momento, já leva quatro medalhas de ouro e três de prata. A Suíça tem duas medalhas de ouro, uma de prata e três de bronze. O Bahrein tem uma medalha de ouro e outra de bronze. A Geórgia tem duas de ouro e três de bronze. E há mais exemplos.
É o "fado", é o que é...
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