segunda-feira, 29 de abril de 2013

Intervenção no XIX Congresso do PS


Intervenção que efetuei no XIX Congresso Nacional do PS, realizado no passado fim de semana em Santa Maria da Feira:


"Caras e caros camaradas,

antes de mais permitam-me que saúde todos os militantes e simpatizantes do PS presentes nesta sala, quer como delegados, quer assistindo aos trabalhos do Congresso. Nos difíceis tempos que vivemos é preciso afirmar sem hesitações que não existe Democracia sem partidos - mas que também não existem partidos sem militantes! Não a massa ignorante e "aparelhista" que alguns bem pensantes insistem em rotular, sobretudo quando não atingem os seus propósitos - são mulheres e homens, Portuguesas e Portugueses que também vivem mil e uma dificuldades nos seus empregos e famílias, que trabalham, estudam e têm ideias, propostas e vontade de intervir socialmente, fazendo-o à custa do sacrifício das suas horas de lazer e descanso. Para aqueles que falam em "abrir" o partido daqui lhes lanço o repto - saibam ouvir, antes de mais, os militantes de base deste grande partido; saiam do conforto dos vossos gabinetes de onde opinam sobre tudo e sobre todos sem nada conhecerem, sobretudo a dureza da vida real; saibam ter a humildade de envolver os militantes do PS nas decisões a tomar; saibam ir junto deles sem ser apenas para pedir-lhes o voto nas disputas internas, mas para conhecer o País real de viva voz. Um corpo sem alma nada é - e os militantes do PS são a alma do partido, que ninguém o duvide.

Mas não deixemos que algum folclore mediático nos distraia do essencial, caras e caros camaradas.




E o essencial é que, na Crise que vivemos, o PS é de novo desafiado a apresentar uma alternativa aos Portugueses, face a um Governo e a um Presidente da República que, atuando em estreita parceria, tudo têm feito para destruir a esperança no futuro de todo um País. Sabemos que esse futuro passa pela Europa - mas por uma Europa de solidariedade, de respeito pelas diferenças, de desenvolvimento, de Cultura e de Paz. O PS pode (e deve) atuar em parceria com a Internacional Socialista para mobilizar uma luta que já transcende as fronteiras dos países e que deve ser uma luta por essa Europa sonhada e desejada por homens como Willy Brandt, Olof Palm, François Miterrand ou Mário Soares.

Por isso é determinante termos um PS forte e unido neste momento histórico. O Mundo está cheio de grandes líderes que nunca chegaram a ser - e de outros que, começando de forma discreta, se revelaram verdadeiros líderes QUANDO teve que ser. Creio ser o caso de António José Seguro e todos devemos apoiá-lo porque a tarefa que tem pela frente não é nada fácil.

Os Portugueses esperam de nós responsabilidade e capacidade para construir uma real alternativa. Não podemos frustrar essa expectativa. Que tudo aqui se discuta - mas que, após o Congresso, estejamos realmente unidos para mudar este País. Os Portugueses não nos perdoariam que perdessemos mais tempo com algumas vaidades pessoais do que com os reais problemas das pessoas!

Viva o PS! Viva Portugal!"

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