sábado, 1 de outubro de 2011

Sem pão - o circo arde...

Se o capitalismo parece ter atingido um tal estádio que só se mantém à custa da supressão das liberdades, da imposição de sacrifícios sem fim à vista aos trabalhadores em todo o Mundo, do total controlo do Estado para o "reconstruir" de acordo com os interesses privados, etc, então estamos à beira de um período muito perigoso na História actual...


Creio que já o escrevi algures - um homem que já não tem nada a perder e que é levado ao limite da pressão e dos sacrifícios, facilmente estará predisposto para uma revolta incontrolável. E se a pressão nas ruas, com manifestações democráticas, em nada demove um qualquer "plano sagrado" a cumprir em nome de uma eventual "salvação" que ninguém vislumbra, então estaremos a abrir a porta a formas mais radicais de protesto.


O cimento da Democracia (que ninguém se iluda) chama-se "bem-estar" generalizado, emprego, direitos garantidos, livre escolha - se a maior parte destes factores estão, hoje em dia, a ser escandalosamente postos em causa, por conta de uma crise que é FINANCEIRA e que foi gerada pela especulação desenfreada, sendo quem trabalha que sente na pela toda a dureza da "repressão" dos Estados para recomporem fortunas e impérios financeiros, então os cidadãos sentirão que já pouco ou nada também terão a perder. E é nesse momento que nascem as revoluções - e nem todas têm flores na ponta das espingardas, infelizmente...


Uma Esquerda atenta e democrática tem que estar, hoje em dia, altamente preocupada com isto e DEVE exigir um verdadeiro limite para a exploração, castigo ou seja lá o que for que os trabalhadores deste País (e da Grécia, de Espanha, brevemente de Itália ou até de outros países europeus) estão a sofrer! Se ninguém diz BASTA - bastará uma pequena centelha para acender um rastilho que ninguém depois extinguirá com facilidade. E é também por tudo isto que o protesto tem que ter uma escala global, tem que exprimir-se, em simultâneo, nas várias capitais europeias, tem que ecoar de Atenas a Lisboa, de Madrid a Berlim, como um uivo imenso que, de uma vez por todas, acorde estes dirigentes vazios desta Europa sem rumo, meras marionetas de interesses muito elevados e poderosos e que precisam de um grande "abanão"!


A resignação não é opção - muito menos para quem defende valores de Esquerda!

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Uma oportunidade para mudar!...

A acção política que se esgota em múltiplas reuniões, lanches, jantares e repetição de lugares comuns debitados sempre pelos mesmos do costume, sempre a "falar para dentro", nada muda de concreto na vida das pessoas.


Política sem acção é como cerveja sem espuma...


Vivemos tempos difíceis, onde a "re-invenção" não é só possível, mas desejada. Quando vejo, por exemplo, juventudes partidárias que se limitam a "repetir" os tiques de alguns dirigentes, a passar o tempo a arregimentar votos para esta ou aquela eleição interna, ensimesmados em tricas, incapazes de um mínimo de "rebeldia", de inovação, de um simples "grito" contra a corrente, sinto que realmente algo vai muito mal nestes sinistros tempos que vivemos.


Os partidos, tal como estão, "esgotaram-se" - e, tal como as empresas cujo "produto" caiu em desuso, caminharão para a "falência", o que será trágico para a Democracia enquanto sistema que, como dizia Churchill, pode ter imensos defeitos mas ainda está por inventar outro melhor...


É preciso ousar. É preciso perder a "reverência". É preciso perder o medo de inovar para não desagradar a este ou aquele ou perder o "lugar" numa qualquer lista onde a mediocridade impera. É preciso que os militantes de um partido se sintam ÚTEIS à sociedade onde se integram.


Querem exemplos?


Abram as secções para que jovens com menos posses possam aceder à internet, estudar em grupo e até talvez ter apoio gratuito nos estudos de tantos professores que temos nas nossas fileiras. Canalize-se o pagamento das senhas de presença que é feito aos eleitos para Assembleias municipais e de Freguesia para doar regularmente esse valor a IPSS´s de cada Freguesia ou Concelho. Transforme-se algum do tempo gasto em reuniões partidárias onde nada de importante se discute ou é decidido, em tempo útil de voluntariado, assumido enquanto "obrigação" para se integrar listas partidárias, numa época em que tanta gente necessita de apoio e de ajuda.


Não há nada melhor que o exemplo para se ganhar a confiança dos eleitores - e depois de tantos maus exemplos está na hora de fazer diferente, de ir contra a corrente e de "refundar" os valores pelos quais os verdadeiros socialistas sempre se bateram.


Não apenas com palavras - mas com actos!...

sábado, 24 de setembro de 2011

Quem não tem cão...

Anuncia-se para Sintra, nos próximos dias, um espectáculo de "luzes e projecções" em fachadas de edifícios na zona do Centro Histórico.


Boa ideia!


Com luzes e projecções de noite e telões de dia, talvez assim se disfarce a degradação dos edifícios daquela zona, que aguardam há anos obras verdadeiras!...


E que tal projectarem também uma ciclovia ou uma Casa das Selecções, era giríssimo!...


Pobre Sintra, a quem já só parecem restar os "jogos" de luz e sombra para tentar disfarçar a ausência de obra, as "rugas" acentuadas e a "placidez dos cemitérios" a que a maioria PSD/PP entregaram este nosso Concelho!...

sábado, 17 de setembro de 2011

Sem vergonha!...


Apesar do escândalo, há um "silêncio" quase cúmplice da maior parte dos comentadores do costume sobre o "buraco" nas finanças da Madeira.


Zero debates em cima da hora, zero edições especiais nas TV´s, zero Crespos, Medinas, Miras e Compª Ldª.


O PM esquiva-se.


O Ministro das Finanças eclipsa-se.


Alberto João Jardim lá continua em campanha, quando aquilo que deveria acontecer (se tivesse um mínimo de vergonha!) seria demitir-se e "desaparecer" de vez da cena política.


Imaginem se fosse nos Açores... Pois... Mas nos Açores houve um grande dirigente do PS, chamado Carlos César, que se recusou a cortar salários de trabalhadores e que, apesar disso e de tanta crítica que recebeu, não tem "buracos" destes... Optou, realmente, pelas PESSOAS e não pela obra de fachada.


É bom também lembrar isso face ao descalabro da Madeira e ao folclore indecoroso com que Jardim e o PSD pretendem passar ao lado das responsabilidades!...

sábado, 20 de agosto de 2011

Quem cala, consente?...

Têm vindo a surgir, recorrentemente, na Comunicação Social, notícias que apontam para a vontade de alguns em colocarem portagens (!) no IC19. Parece, até, que uns dos primeiros propositores de tal "medida" é vereador na Câmara Municipal de Lisboa. E como estão mais uns milhões em jogo, não duvido que o actual Governo (que já só falta taxar-nos para respirar!) possa ver com bons olhos tal peregrina ideia.



Obviamente que cada qual é livre de pensar ou propor aquilo que bem entender. O que me tem intrigado é o silêncio dos diversos responsáveis da CM Sintra, desde o seu Presidente até aos diversos vereadores da Maioria de Direita, relativamente a uma proposta como esta. Concordam? Não concordam? Opõem-se totalmente? Não faço a mínima ideia, uma vez que o silêncio (pelo menos em termos públicos) tem sido notório.


E tudo isto perante uma medida que (não tenho a mínima dúvida) seria especialmente penalizante para os habitantes do Concelho de Sintra, face às óbvias limitações que já existem para se deslocarem em transportes públicos para a capital, nomeadamente quando comparamos com municípios próximos onde a rede de Metro já chega e as carreiras regulares de autocarros são uma realidade.



Nem sempre o silêncio é de ouro - há alturas em que pode ser entendido como cúmplice.


segunda-feira, 25 de julho de 2011

O Mal



O Diabo encarnou na Noruega e fez das suas...



O Mal esconde-se, por vezes, no meio da Luz - e cega. À esquina do esquecimento a Intolerância espera; ontem os judeus, hoje os marxistas, amanhã os árabes e um destes dias qualquer um de nós. Muitos dos que agora censuram este "raide" animal são dos que vociferam contra os trabalhadores do Estado e lhes colam rótulos. Ou contra os pretos que dançam e cantam alto. Ou contra os "políticos", no tempo do Salazar é que era bom. Ou contra os calões dos Gregos e dos Portugueses a viver "à custa" da generosidade e rigor germânicos...



O ódio é uma serpente que se alimenta da ignorância e da inveja e a sua voz sibilina ainda faz estragos...


Hoje milhares de mãos ergueram rosas, em silêncio, na fria Noruega, lembrando o riso cristalino dos jovens que partiram cedo demais.

Rosas. Vermelhas. "L´important c´est la rose"... A Vida continua.

Mas não esqueçam o sorriso do Diabo - um dia hão-de cruzar-se com ele, por aí...

domingo, 24 de julho de 2011

Um momento de viragem

António José Seguro foi ontem eleito, pelos militantes, Secretário Geral do PS.


Não terá tarefa fácil. O PS precisa, em primeiro lugar, de se reorganizar internamente, o que já será difícil e espinhoso. Depois (tão rapidamente quanto possível) terá que afirmar um verdadeiro projecto alternativo ao do actual Governo de Direita. Se é simples de escrever, não será nada simples de concretizar - mas foi para isso que António José Seguro recebeu a confiança de praticamente 70% dos militantes socialistas e estou certo que dará o seu melhor neste momento de viragem.


Estamos a assistir ao mais brutal ataque ao Estado (não apenas o Social, mas o Estado enquanto estrutura global de representação e fomento do "Bem comum") de que há memória no pós-25 de Abril. Atrevo-me, até, a dizer que muito daquilo que foram duras conquistas que os trabalhadores deste País obtiveram com a Revolução dos Cravos, estão agora sob constante ameaça. Com o pretexto da Crise financeira global, a Direita pura e dura que sempre ansiou pela fragilização das relações de trabalho e aumento de lucros à custa de modelos de produção baseados em baixos salários, encontra agora o terreno propício para desenvolver as políticas neo-liberais que sempre defendeu.


O actual Governo actua claramente como um Estado-Maior de interesses dos grandes grupos privados, preparando-se para entregar quase de borla aquilo que, no sector público, dá lucro e condenando à degradação gradual serviços essenciais como a Saúde, os Transportes ou a Educação, abrindo a porta para que, também por essa via, a procura dos privados tenha um acréscimo significativo a médio / longo prazo.


Rasgam-se contratos livremente assinados com trabalhadores, cortam-se salários com a maior das tranquilidades, constrói-se todo um cenário de "medo" e de "ameaça" que diminua a participação (nomeadamente através dos Sindicatos) e facilite a manipulação individual. Deitam-se para o lixo Acordos de Empresa e ignoram-se, ostensivamente, obrigações assumidas. Intocáveis e "sagrados" apenas os lucros da especulação, os contratos que obrigam as famílias a pagar as suas casas ou bens adquiridos e as "obrigações" dos trabalhadores face ao empregador - nada de diminuições, nada de compreensões, nada de "cortes"...


No que diz respeito ao Estado, cultiva-se e incentiva-se a disseminação da ideia de que se trata de um "peso". De que os seus trabalhadores são todos uns "parasitas" desnecessários. Atiçam-se ódios revelando salários ou regalias que possam criar raíz no terreno sempre fértil da inveja, sem importar se estamos a falar de carreiras com mais de 20 ou 30 anos ao serviço de todos. Muito fala a Direita de "mérito" e de "recompensar o esforço" mas depois "esquece-se" de ter esses factores em consideração quando estão em jogo os trabalhadores do Sector Público... Feitos os "estragos" alguém comprará barato aquilo que gradualmente se desvalorizou e um bem ou serviço que era de TODOS passará a dar lucro...apenas para ALGUNS!... Dá até vontade de perguntar por que razão o BPP e o BPN, privadíssimos e geridos por tantos dos "iluminados" desta Direita sapiente e opinativa, acabaram como todos nós sabemos, sendo que, no segundo caso, a "factura" ficou para todos nós pagarmos!... Para isso o Estado já serve!...


Não se podem pedir sacrifícios apenas a quem vive do seu trabalho, destruindo completamente a classe média. Não se pode pedir empenho quando se nega o futuro dos jovens. Não se constrói um País solidário tratando aqueles que trabalharam durante décadas como "lixo". Temos também que combater uma Europa onde Alemanha e França reunem de véspera e determinam o que todos os outros membros da Comunidade devem ou não aceitar! A solução para termos Paz e Desenvolvimento neste Continente tem que ser global e apontar caminhos de desenvolvimento e não de recessão.


Só o PS pode construir um projecto realmente alternativo e mobilizar esforços ao nível da Internacional Socialista para unir o protesto e a justa reivindicação dos trabalhadores da Grécia, da Irlanda, de Portugal e também da Espanha, da França e de todos os países onde começa já a ser clara a mesma intenção de fragilização dessas economias e recapitalização da alta finança à custa dos rendimentos do Trabalho.


Um desafio imenso para António José Seguro - mas também para todos os militantes socialistas que têm a obrigação de participar neste combate e contribuir para que a liderança que livremente escolheram tenha sucesso.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Escolher sem excluir.


No final desta semana os militantes do PS serão chamados a eleger um novo Secretário Geral do partido.


António José Seguro e Francisco Assis protagonizam duas candidaturas e duas formas diferenciadas de perspectivar a organização e projecto do PS rumo à criação de uma alternativa ao projecto de Direita que, neste momento, controla os destinos do País. Sendo, igualmente, duas personalidades distintas, obviamente que imprimem também diferentes cunhos pessoais na sua actuação política.


O debate tem sido vivo, frontal e com ampla abertura à participação de todos os interessados, desde militantes a simpatizantes, quer nas sessões com a participação dos candidatos, quer nas redes sociais, blogues, etc.


A minha escolha está feita desde há muito e é pública - apoio e irei votar em António José Seguro, convicto de que será capaz de construir um projecto verdadeiramente de Esquerda e liderar o partido num momento decisivo do actual regime democrático e no qual, uma vez mais, o Partido Socialista terá certamente um papel fulcral. Com Seguro o PS reencontrar-se-á com a sua matriz de Esquerda democrática e estou certo que será capaz de abrir pontes para uma real alternativa de Governo, face a uma Direita neo-liberal que está a destruir a Europa enquanto espaço de paz, de progresso e de desenvolvimento.


Na construção desse projecto de futuro estaremos certamente TODOS, após as eleições internas - os que agora apoiam Francisco Assis ou António José Seguro, porque a Democracia é escolha e não exclusão.


Não se trata de repetir meras palavras de circunstância - acredito realmente que o mérito e o valor de cada militante devem estar acima de qualquer disputa interna e esse é também um desiderato do Novo Ciclo que está prestes a iniciar-se.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Um campo de jogos para o RRM!


Desculpem lá mas não me resigno!...

Aquele "buraco" imenso, à entrada da freguesia de Rio de Mouro, onde devia estar o Campo de Jogos do RRM é uma chaga a céu aberto! É um libelo contra a incompetência de quem tem responsabilidades na matéria e foi empurrando o problema com a "barriga", como diz o povo!...

Não é a primeira vez que falo desta questão: há cerca de 1 ano
escrevi neste mesmo espaço o seguinte:

"Quanto ao campo de jogos do RRM (Rio de Mouro, Richoa e Mercês) lá continua transformado num imenso vazio, numa zona de entrada principal na Freguesia, na sequência de um negócio de contrapartidas para a construção, naquele local, de um posto de combustíveis e alargamento dos acessos ao IC19. Realmente os acessos e posto de combustíveis foram feitos - o prometido campo de futebol relvado e sede do clube é que parecem ter caído no esquecimento... Da Junta de Freguesia de Rio de Mouro e Câmara Municipal de Sintra apenas um absoluto silêncio público sobre o assunto e uma aparente incapacidade de definir, preto no branco, afinal o que vai acontecer àquele espaço e ao clube, depois das promessas e projectos que agora ninguém vê, nem relativamente aos quais não se conhece qualquer planificação ou calendarização."

O "buraco" permanece - apenas "evoluiu" na quantidade de ervas daninhas que puderam livremente crescer por todo o lado...


Já sei que agora a desculpa será a "crise", é certo e sabido.


Mas houve um tempo para planear, e outro para construir rapidamente o tal posto de combustíveis que certamente fará bom dinheiro naquele espaço privilegiado - e nada sobrou para o essencial, a requalificação de um espaço importante na zona urbana da Freguesia e a possibilidade de muitas centenas de jovens (e não só) praticarem desporto.


Por mim, não me resigno e continuarei a exigir, como habitante de Rio de Mouro há mais de 40 anos, que se cumpra com aquilo que foi acordado! Um campo de jogos para o RRM - um espaço de lazer e de prática de desporto para os milhares de habitantes desta Freguesia que bem mereciam melhor do que o muito pouco que lhes tem sido dado!

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Um apoio assumido!

Feliz Natal!...

De repente em pleno Verão o Natal faz parte da ordem do dia...


Finalmente o Governo define a forma de nos cortar parte do subsídio de Natal, apresenta tabelas, faz-nos novamente parecer formigas tontas dentro de uma caixa que alguém espreita e agita a seu bel-prazer...


Natal... O que lembro do Natal?... Dos vários Natais?...


Raramente as prendas, quase nunca. E se lembro alguma é apenas para evocar o rosto ou o gesto de alguém, familiar ou amigo.


O que lembro?...


O último Natal que passei com o meu pai, trouxe-o do lar onde estava por causa do Alzheimer, aquele homem que me protegia cada vez mais igual a um menino perdido, ali sentado à mesa, comendo devagar, rasgos de reconhecimento de vez em quando, a tristeza serena de minha mãe, as minhas filhas sem entenderem bem que sombra era aquela no rosto do avô...


Outros Natais...


A alegria de ter a família toda reunida, o imenso gozo de coisas tão simples como o cheiro dos doces feitos pela minha avó, a emoção do riso genuíno na face das minhas filhas pequenitas, a noite imensa e misteriosa, a campaínha que alguém tocava e eu acreditava ser o Pai Natal, tudo misturado na memória de coisas boas, de tempos bonitos, tempos com gente dentro...

Por isso quero desde já desejar um Feliz Natal a estes senhores deste Governo e de todos os Governos que vivem presos no labirinto das suas certezas e da sua sapiência.


A Deus o que é de Deus. A César o que é de César. Sobram os homens e mulheres a quem nunca nada parece ser devido.


Tomem lá metade do meu subsídio de Natal. Tomem lá todo! E se quiserem estes ossos e esta carne, vossas serão, pode quem manda!


Só a minha memória doce nunca terão, nem as minhas lágrimas, nem o eco dos momentos bonitos que uma Vida encerra, nem o riso do meu pai quando a doença andava longe, nem os olhos brilhantes de minha mãe, nem a dignidade de meus avós, nem nada (nada!) daquilo que eu realmente sou.


Feliz Natal!...

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Acorda, Europa!...

É cada vez mais evidente que a solução para a crise que o nosso País atravessa nunca terá uma resolução fora de um quadro global, ao nível europeu. Primeiro "caíram" os países mais pequenos e com economias mais dependentes do exterior - mas a voracidade insaciável dos "mercados", como se previa, não ficou por aí e ameaça agora Itália, Espanha e o mais que se verá.


Espantosamente (ou talvez não...) numa Comunidade Europeia dominada por protagonistas e partidos de uma Direita claramente neo-liberal, tardam as soluções efectivas e vão-se ensaiando paliativos inúteis. Como é que países já claramente em dificuldades vão conseguir pagar empréstimos com as taxas de juro proibitivas que BCE, FMI e CE impõem nos chamados "resgates"? (palavra curiosa porque, efectivamente, existem Nações inteiras reféns desta teia de interesses...)


Estaremos a assistir à aplicação da "teoria do choque" tão do agrado de Milton Friedman (economista que o actual Ministro das Finanças diz apreciar especialmente...) a uma Europa que julgaria estar incólume de um pesadelo que, quer o Chile, quer a Argentina, em doses e circunstâncias diversas, já viveram? A "solução" para os excessos do grande capital financeiro (que estão na raíz desta Crise) será a miséria generalizada de Países inteiros, sacrificados no grande altar das agências de rating e dos vorazes "mercados"?...


Responda quem souber...


Uma coisa eu garanto: a História mostra-nos que a força, a determinação e o querer dos povos, em momentos determinantes e em função de causas justas, é capaz de impôr os caminhos do Futuro. Falta, ainda, a liderança firme que conduza o processo, factor decisivo e multiplicador. Mas que não se iludam aqueles que acham que este é o "fim da História" e que a resignação é inevitável - as Pessoas serão, SEMPRE, mais importantes que os défices, sejam eles de recursos financeiros ou de capacidade de entender os sinais dos Tempos.

domingo, 10 de julho de 2011

Novo Ciclo...

Começa hoje uma nova fase neste blogue.


Para além do comentário e opinião pessoais, essencialmente sobre temas sociais e políticos, este será também um espaço aberto a quem achar por bem enviar-me informação que queira partilhar ou divulgar por esta via, sobretudo sobre questões relativas ao Concelho de Sintra.


Obrigado e...até já!...

sábado, 21 de maio de 2011

Duas questões para um voto consciente

O debate de ontem, entre Sócrates e Coelho, tem sido tratado por alguns órgãos de Comun. Social como se de um combate de boxe se tratasse. Ganhou um, ganhou outro, perdeu um mas por pouco, ganhou o outro mas não esmagou, enfim... fica-se com a sensação de que, no final, alguém deveria ter saído de maca a caminho do hospital mais próximo e só assim, efectivamente, se poderia erguer o braço do vencedor...



Não me importa quem "ganhou" ou "perdeu" este debate televisivo - constato que um 1º Ministro tão odiado e atacado ao longo de meses, consegue estar a bater-se pela vitória nestas eleições e que o candidato a derrotá-lo, que em função de todo o contexto já deveria estar a pelo menos 10 pontos de distância, já coloca a hipótese de poder fazer Governo com o 3º...mesmo sem ganhar as eleições!... Revelador... Aquilo que realmente é importante é o confronto de propostas de governação para o futuro, por mais que alguns pretendam fazer deste acto eleitoral exclusivamente uma espécie de "julgamento sumário" da governação PS nestes últimos 6 anos.

Porque não basta "mudar" por "mudar"!... Nem é sério pretender ignorar a crise financeira MUNDIAL, como se tal não tivesse claros reflexos em medidas que o Governo foi forçado a tomar, depois de ter conseguido (sim, é verdade!) baixar o défice de 6,83% que o PSD deixou, para menos de 3%!...

Até dia 5 de Junho há pelo menos duas perguntas que devem ser feitas (nem que seja interiormente) por quem não se guie pelo ódio irracional ou facciosimo ilimitado:

- o que ganhou o País com a convocação destas eleições?...

- por que razão quem rejeitou as medidas de recurso do PEC IV, veio aceitá-las praticamente todas (e mais algumas ainda piores...), por imposição externa?...

A resposta (sincera) a estas questões é a chave para votar por Portugal - e contra aqueles que definem o Poder como "pote" e o cargo de Primeiro-Ministro como "emprego".

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Um tarifário absurdo!

A questão das tarifas que os SMAS e a Câmara Municipal de Sintra têm vindo a aplicar aos munícipes deste Concelho resume-se numa palavra – escândalo!

Escândalo - porque os habitantes de Sintra estão, neste momento, a pagar o tarifário mais elevado de TODA a área Metropolitana de Lisboa!

Escândalo - porque o argumento de que estes aumentos se devem a alterações legislativas que a tal obrigam não corresponde à verdade, como se pode comprovar por esta “excepção” num universo territorial mais vasto e que também está sujeito ao cumprimento das mesmas regras!

Escândalo – porque o discurso “oficial” de grande preocupação pelas famílias, pelas instituições, pelas associações, etc, não se coaduna com estes aumentos brutais e com a persistência em manter este tarifário digno de um qualquer Sheriff de Nothingam!

Os exemplos são, aliás, bastante expressivos:

- em Sintra, a tarifa fixa de abastecimento de água (antiga quota de serviço) é de 4,07€/mês, enquanto em Almada, por exemplo, é de 2,13€/mês;

- no serviço não doméstico, a tarifa fixa de abastecimento de água (antiga quota de serviço) é de 6,10€/mês; em Almada é de 3,80€/mês (mês);

- no que diz respeito à tarifa de saneamento existe uma tarifa fixa e outra variável:

* Quanto à tarifa fixa Doméstica, nos SMAS de Sintra, a tarifa é de 3,5€/mês; em Almada é de 17 cêntimos/m3;
* Quanto à tarifa não doméstica, nos SMAS de Sintra, a tarifa é de 5,25€; em Almada é de 30 cêntimos m3 (quem gasta mais paga mais);
* Quanto à tarifa variável de saneamento, nos SMAS de Sintra a tarifa é de 90% incidindo sobre o consumo de água; em Almada é de 40%. Em Cascais é de 42%, na Amadora e Oeiras é de 35% (doméstica) / 55% (não doméstica) e em Vila Franca de Xira é de 19%.



Creio que os números falam por si. Os habitantes deste Concelho não podem continuar a ser “massacrados” desta forma, sem que nada seja feito!

A responsabilidade última por toda a situação é do Presidente da Câmara Municipal de Sintra e é para ele que apelo directamente – Dr. Fernando Seara, está na hora do senhor intervir, obrigar os SMAS a reformular estas tarifas e tratar os Sintrenses, no mínimo, da mesma forma que estão a ser tratados os habitantes de Concelhos vizinhos relativamente a esta matéria.


A “bola” está do seu lado!

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Um exercício de memória!

Como anda por aí muito boa gente "distraída" e uns tantos que pretendem fazer crer que o actual Governo é "culpado" de tudo, incluindo a queda do Império Romano, recordo aqui alguns factos sobre a situação das contas públicas quando o PS e José Sócrates chegaram ao Governo em 2005:

- Bruxelas foi apanhada de surpresa com um défice de 6,83% do PIB nas contas do Estado, o mais alto da União Europeia, "herança" da governação de Durão Barroso e Santana Lopes.

- nesse défice, já de si "grandioso", não estavam ainda contabilizadas as contas das Autarquias e Regiões Autónomas, em ano de eleições. Aliás, no orçamento apresentado por Bagão Félix faltava dinheiro para pagar salários dos funcionários públicos, pensões dos reformados, subsídios de desemprego, facturas com a saúde, etc...

- em relação ao défice de 2,86% do PIB, anunciados em Dezembro pelo então ministro das Finanças, Bagão Félix, faltavam nos cofres do Governo cerca de 5,55 mil milhões de euros, 4,0% do PIB, de acordo com os cálculos do Banco de Portugal. Destes, Bagão tencionava "sacar" dois mil milhões de euros em receitas extraordinárias, contando com dividendos da Galp (no valor de 548 milhões de euros), outros 500 milhões com a venda de património e mil milhões com a transferência do Fundo de Pensões dos Trabalhadores da CGD e venda de concessões de auto-estradas. Nada disso se concretizou e o "buraco" ficou a descoberto...

- este monumental "engano" nas contas para 2005 aconteceu porque o Governo anterior (dos tais "génios" das Finanças e das Poupanças que parecem pulular no PSD e CDS/PP!) desorçamentou verbas, procedeu a cativação e ignorou despesas, INCLUINDO DE SALÁRIOS!... Alguns exemplos chegaram a ser dados pelo Banco de Portugal na época e foram notícia de jornal. Logo à cabeça, na folha salarial dos funcionários públicos, faltavam no orçamento para 2005 cerca de 360 milhões de euros. Isto representava praticamente um mês de salários. O "buraco", aliás, tendia a ser superior, já que as contas do Banco de Portugal só se referiam a remunerações certas e permanentes, isto é, não estavam a considerar, por exemplo, as progressões automáticas de carreira e as horas extraordinárias!...

- nas pensões, as verbas destinadas aos aumentos anunciados pelo Governo de Santana Lopes também não estavam orçamentadas, "em virtude de não ter sido considerada a actualização das pensões", explicava o relatório do Banco de Portugal.

- para pagar reformas e subsídios de desemprego, faltavam 598,8 milhões de euros, isto é, cerca de metade da verba anual para pagar aos desempregados.

- as receitas da Segurança Social foram "maquilhadas", referindo-se que existia um excedente de 189 milhões de euros, no OE para 2005, assinado por Bagão Félix. Mais tarde a Comissão Constâncio corrigiu, apurando um défice (e não um excedente!) de 598 milhões de euros.

- na Caixa Geral de Aposentações (CGA), a segurança social dos funcionários públicos, faltavam 228,3 milhões de euros; na Saúde, o défice atingia uma profundidade de 1,772 mil milhões de euros.

- para diminuir o défice de 2005, Bagão Félix excluiu o Instituto das Estradas de Portugal, a ex-JAE, das contas do Estado. "Poupava" assim, centenas de milhões de euros, deixando o Instituto sem dinheiro e obrigando-o a endividar-se junto da banca. Mas a ex-JAE não podia ser considerada fora do quadro das Administrações Públicas, tal como determina a lei e o relatório do BP exigiu a reintegração do Instituto nas contas do Estado "implicando um aumento de 458,3 milhões de euros" no défice.

- ao nível das receitas registou-se uma descida em IRC, o imposto sobre os lucros das empresas, e também no IRS, próxima dos 500 milhões de euros...

- "Grave", como caracterizavam alguns economistas na época, eram as repercussões das medidas extraordinárias usadas em 2003 e 2004 nas contas estatais de 2005. Decréscimos nas receitas, provocadas pela venda de créditos fiscais ao Citibank, assim como o aumento de despesa pelo facto do pagamento de pensões dos trabalhadores da CGD ser agora efectuada pela CGA - custaram ao erário público cerca de 400 milhões de euros. Ou seja, receita que se antecipou e que já não existia para o exercício orçamental de 2005!...

Este exercício de memória é baseado em informação da época e publicamente disponível. Foi apenas há 6 anos atrás que muitos daqueles que agora se apresentam com todas as "soluções" na algibeira, conduziram, desta triste forma, os destinos de Portugal. Sem qualquer crise financeira mundial. Com taxas de juro baixas e fartura de recursos creditícios. Imagine-se se o Governo de Portugal caísse agora nas mãos destes "salvadores da Pátria"!

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Terrugem - nova Vila do nosso Concelho!


Em Sintra temos uma nova Vila - a Terrugem!


Foi agora aprovado, na AR, por unanimidade, o «Projecto de Lei nº 398/XI/1ª (PS) – Elevação da Povoação da Terrugem, no município de Sintra, à categoria de Vila», subscrito pelos meus camaradas Rui Pereira (Presidente da Concelhia de Sintra), João Soares e Vitalino Canas.


Está de parabéns o executivo Socialista da freguesia da Terrugem, liderado pelo Presidente José António Paço, que lutou persistentemente por esta causa!...

sábado, 26 de março de 2011

As crianças não devem brincar com fósforos...

Desde que decidiu colocar a sua sobrevivência na liderança do PSD acima dos interesses do País, Passos Coelho tem-se desdobrado em declarações contraditórias e infelizes. Já nem falo da farsa que constituiu este casamento de conveniência com a esquerda radical, para revogar a avaliação do desempenho dos professores (terão reparado que aquilo que o PSD propõe é basicamente uma avaliação externa, feita por empresas externas às escolas, antevendo-se um bom negócio para consultorias e afins?...), nem sequer da trapalhada do aumento do IVA depois de sempre ter jurado não o fazer.

Refiro-me sobretudo à questão da auditoria às contas públicas, anunciada aos 4 ventos como se ao País já não bastasse a irracionalidade dos ditos "mercados" ou a sofreguidão dos especuladores. A ânsia de Passos Coelho em atacar e enxovalhar o actual Governo e, sobretudo, José Sócrates, não olha a meios - se for preciso prejudicar ainda mais o País, dar dele uma imagem ainda mais degradada, torná-lo presa ainda mais fácil para o FMI e quejandos, Passos Coelho já demonstrou que não hesita um segundo, desde que possa fazer disso arma de arremesso eleitoral.

Que pena Passos Coelho não se ter preocupado em recomendar atempadamente auditorias aos seus amigos "laranja", donos e senhores do BPN, que gozaram à tripa forra e deixaram a conta para todos nós pagarmos. Que pena Passos Coelho não defender auditorias sobre certas permutas de casas de férias no Algarve e lucros chorudos em acções que nem cotadas na Bolsa estavam. Uma parte muito significativa do "buraco" que tanto nos prejudica a TODOS nós agora, tem a ver com um banco que toda a gente referia como "o banco do PSD", onde muita gente encheu os bolsos de forma desonesta, não respeitou nem clientes, nem investidores, nem o Estado e provocou ondas de choque que ainda agora nos afectam. Se Oliveira e Costa ou Dias Loureiro ou outras ilustres figuras do universo "laranja" fossem socialistas ou apoiantes de Sócrates, nem quero imaginar o fel que Passos Coelho verteria...

Não pode liderar o País neste momento tão difícil quem já demonstrou ser capaz de o coolocar em 2º lugar face à sobrevivência própria como líder partidário. Não pode liderar o País neste hora decisiva quem esconde propostas difíceis para não perder votos e não hesita em cavalgar o populismo fácil. Não pode liderar o País e abrir-lhe as portas do futuro quem já assumiu estar de cócoras perante os interesses estrangeiros e vai tropeçando em propostas contraditórias, à medida da mera caça ao voto.

Passos Coelho não serve sequer para liderar o PSD - quanto mais PORTUGAL!

quinta-feira, 10 de março de 2011

A luta rasca...


"De resto, esta histeria contra os “políticos” também não augura nada de bom. Esperemos que um dia a geração à rasca não descubra realmente o que é um “político” com mão dura que os ponha efectivamente à rasca. Depois é que seria interessante vê-los na rua a gritar que a “Luta é Alegria”.


Lauro António

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Haja memória!


Na página da internet do Bloco de Esquerda de Sintra pode ler-se o seguinte:


"Por proposta do Bloco de Esquerda, a Assembleia Municipal irá descentralizar algumas sessões pelas freguesias do Concelho. A primeira sessão descentralizada será em Junho, prevendo-se para breve o anúncio do local. Embora a descentralização esteja prevista no Regimento, da Assembleia, desde 2005 que todas as sessões se realizaram na sede do Concelho. A decisão foi tomada na última reunião da Conferência de Representantes, a 17 de Fevereiro, onde também ficou agendada, para final de Março ou principio de Abril, a realização de uma sessão temática, dedicada à temática da Saúde no Concelho de Sintra.

O Bloco de Esquerda congratula-se com estas deliberações, bem como com o retomar de uma prática que aproxima os órgãos autárquicos dos e das munícipes e que e fomenta a participação popular. "

Sobre este assunto gostaria apenas de recordar o texto que eu próprio aqui publiquei em 2009 e que se traduziu igualmente, na altura, numa proposta apresentada, por mim próprio, em nome do PS, na Assembleia Municipal e que, a pedido da maioria Mais Sintra, acabou por não ser sujeita a votação nessa AM, remetendo-se para conferência de líderes que acabou por jamais se concretizar em tempo útil. Reza o seguinte:


"A Assembleia Municipal de Sintra é o parlamento dos cidadãos deste Concelho. Assim, a par do seu papel de órgão fiscalizador da gestão camarária, deve ser espaço de debate, de reflexão, de cidadania.

A mudança de instalações da Assembleia Municipal de Sintra não é apenas uma necessidade há muito sentida - é uma exigência de participação. São muitos os sintrenses que acorrem às sessões da AM e não encontram condições minimamente dignas para assistirem às mesmas, quer pela exiguidade do espaço, quer pelas condições oferecidas (falta de lugares sentados, calor insuportável quando a sala está cheia, acumular de pessoas na única entrada para a sala onde decorrem as sessões, dificuldades de estacionamento na zona, etc). Os auditórios do C.C. Olga Cadaval têm todas as condições para efectuar essa mudança, com óbvios benefícios para os munícipes e eleitos.

Mas não basta - há também que realizar determinadas sessões da AM em algumas freguesias do Concelho, na eventual impossibilidade de realização em todas. Há que aproximar (na prática e não na mera retórica dos discursos da praxe) eleitos de eleitores, num Concelho de grande dimensão territorial e diversidade de populações. Nada é impossível, basta querer - e esta é também uma exigência de cidadania.

A AM não deve limitar-se, igualmente, ao seu papel fiscalizador ou ficar condicionada pela "agenda" da "rotina" camarária. Cabe-lhe um papel relevante na realização de debates temáticos, convidando especialistas e munícipes a intervir e, dessa forma, esclarecendo, discutindo, ajudando a construir soluções partilhadas. Mas também na fiscalização da actividade camarária o grau de exigência deve, necessariamente, aumentar, face a uma maioria de Direita que já dá claros sinais de querer "fechar-se" sobre si: as perguntas feitas pelos membros da AM ao Presidente da CMS e respectiva vereação, sobre assuntos diversos da gestão camarária, terão que ter resposta dentro dos prazos definidos e as manobras dilatórias para que tal não suceda (como aconteceu, diversas vezes, no anterior mandato) deverão ser clara e publicamente denunciadas. Cabe também aqui um papel fulcral aos órgãos de Comunicação Social, que não raras vezes, nestes últimos oito anos, preferiram noticiar o "acessório" em vez do "essencial" - Sintra precisa como de pão para a boca de uma Imprensa que discuta, confronte os poderes estabelecidos, debata, dê voz a todas as correntes de opinião de forma equitativa e que rompa com o "círculo vicioso" das notícias sobre "comemorações" e "chás dançantes".

Constituindo-se como oposição em Sintra (e sendo o maior partido do Concelho) cabe ao PS um papel determinante na prossecução destes objectivos que, no essencial, mais não visam do que dar voz aos sintrenses, aprofundar a participação democrática dos munícipes e exigir rigor e seriedade nas políticas traçadas."


Como se pode constatar, a proposta que o Bloco de Esquerda agora reivindica como sua (realização descentralizada de sessões da AM por diversas freguesias do Concelho) já foi feita, há mais de 1 ano, por mim próprio, em representação do meu partido, em sessão da Assembleia Municipal de Sintra - bastará, para tal, consultar a Acta da sessão respectiva.

Aparentemente, nem sequer o representante de ocasião do PS nesta "conferência de representantes" agora levada a efeito, teve memória de que este tema já tinha sido oportunamente proposto pelo seu próprio partido - mas esse é apenas mais um indício de uma ausência de liderança efectiva da bancada do PS na actual Assembleia Municipal, que não posso deixar de registar e lamentar e que vai permitindo que uns deitem os foguetes e outros façam a festa...

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Até quando?...


Segundo declarações à CNBC de um tal Silvio Peruzzo, economista no Royal Bank of Scotland (RBS), Portugal tem poucas opções que não seja a de pedir ajuda externa, face à actual crise financeira. E acrescenta:

"Como vimos nos casos da Grécia e da Irlanda, este é um momento muito difícil, com contínuos ataques especulativos [sobre Portugal] até que vejamos uma quebra no circuito sobre a forma de resgate. Será muito difícil a Portugal evitar um resgate no médio prazo e qualquer acordo quanto ao Fundo Europeu de Estabilização Financeira tem de incluir uma solução para Portugal".

Ao ler estas declarações não pude deixar de me lembrar que o Royal Bank of Scotland (RBS) foi um dos bancos mais atingidos pela actual crise, tendo registado perdas de mais de sete milhões de libras e apenas tendo sobrevivido com uma injecção de 20 mil milhões de libras por parte do executivo britânico. Isto é – por parte dos contribuintes britânicos, os tais que viram, por exemplo, as propinas no Ensino Superior público TRIPLICAREM, com a chegada ao Poder de um Governo de centro-Direita. E que, no fundo, estão a pagar a factura para que o sr. Peruzzo mantenha o seu emprego e faça estas “previsões”… Será que ele também alertou, aconselhou ou previu o imenso “buraco” onde o banco onde ele trabalha se meteu?... O jornalista da CNBC não deve ter achado oportuno questioná-lo, suponho.

Estranhos dias estes…

Fala-se de “resgates” de países, expressão acertada para quem está “refém”. E é isso que realmente acontece. Países inteiros reféns da especulação e da ganância desenfreada que rebentaram com o sistema económico vigente. Nações reduzidas a vagabundos “sem-abrigo” na fila para a “sopa do FMI”. Governos democraticamente eleitos que pouco ou nada determinam sem “autorização” da todo poderosa chanceler alemã, Frau Merkel. Uma Comunidade Europeia onde Wagner manda silenciar Verdi, Chopin ou Aarvo Pärt.

E afinal que “resgate” é este que se propõe? Olhando para os exemplos da Irlanda e da Grécia trata-se, mais ou menos, de deixar que os mesmos “gansgters”, com imensas dívidas de jogo, que nos “raptaram”, exijam à nossa família que entregue tudo o que possui, desde a casa, passando pelo carro e acabando nas jóias, livros e até pacotes de bolachas guardadas na despensa, em troca de nos “libertarem” daqui por…10 anos, com a roupa com que nos raptaram! Como sobreviverá a nossa família? Não querem saber, não é problema deles – e têm carradas de razão, afinal os “gangsters”, como se pode constatar em qualquer filme do James Cagney, não se caracterizam pela generosidade ou comoção perante as dificuldades alheias. Uma coisa eles garantem – o problema deles fica resolvido, liquidando as dívidas de jogo que os andavam a atormentar…

Face a isto apetece quase dizer que estamos entre a forca ou a guilhotina, sendo que na forca ainda resta a esperança que a corda quebre com o peso…

Esta é a tragédia daquilo que já se designou Comunidade Europeia e que, agora, não passa de um Directório comandado pela Alemanha, isto é, determinado pela lei do mais forte – como na selva. Fomos “alunos obedientes” quando nos mandaram destruir a nossa Indústria, secar a nossa Agricultura, refrear as nossas Pescas. Acreditámos na complementaridade e entreajuda entre países iguais, livres e democráticos, neste território a que chamamos Europa. Fomos enganados e alguém pretende agora cancelar-nos o presente e liquidar-nos o futuro, transferindo os rendimentos de quem trabalha para a conta corrente de quem andou a brincar ao Monopólio dos produtos financeiros e “rebentou” com tudo… Por isso muitos dos bancos e outras instituições financeiras que registaram perdas significativas já começam a obter, novamente, lucros consideráveis – enquanto as famílias dos países mais fragilizados economicamente, sobretudo de classe média e média-baixa, se interrogam sobre o dia de amanhã e já sentem na pele as amargas dificuldades do presente.

Até quando a resignação será mais forte que o desespero?... Até quando as ruas da Europa, desta velha Europa, desta nossa Europa, não terão também o sobressalto inesperado da corrente de milhões de jovens a quem se pretende negar o futuro? De milhões de pais e mães incapazes de criar com dignidade os seus filhos? De milhões de trabalhadores a quem se estão a cortar salários e rasgar convenções, contratos e acordos, como se nada valessem?

Já o escrevi algures – um homem desesperado está disponível para tudo. Haja alguém que o lembre à Frau Merkel…

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Petição pela Regulamentação das Agencias de Notação!


Está a decorrer uma Petição para exigir a discussão e urgente regulamentação das Agências de "Rating". Tenho muita honra em ter sido convidado para integrar o grupo que desencadeou a mesma (liderado pelo meu amigo e camarada Joffre Justino) e estar entre os seus primeiros signatários.

Nomes como Ana Gomes, Miguel Portas, António Serzedelo e Camilo Mortágua, entre outros, encontram-se entre os que já assinaram esta Petição - pode conhecê-la e expressar igualmente o seu apoio, aqui.

Cuidado!...




Em dias de chuva muito intensa (como é o caso de hoje) há um troço do IC19 que se torna especialmente perigoso para a condução, devido a grande acumulação de água no piso, propício a situações de "aquaplanning".


(foto CM Sintra)

Trata-se da zona de curva ascendente, logo após uma das saídas para o Cacém, no sentido Lisboa - Sintra, sobretudo na faixa da esquerda, normalmente aquela onde se conduz com maior velocidade.

Ainda hoje lá estava mais um carro que se despistou e foi embater no separador central - todo o cuidado é pouco!...

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Gato escondido..


A pouco e pouco o véu vai-se levantando.

A Direita neo-liberal, pura e dura, que faz fila atrás de Passos Coelho e aguarda com mal disfarçada ansiedade o regresso ao Poder, começa a não conseguir disfarçar ao que vem, com um enfoque especial num ataque cerrado ao Estado e ao seu papel social. Ontem, Passos Coelho defendia que as empresas públicas “com prejuízos” fechassem, pura e simplesmente – dizia ele que só assim deixariam de “prejudicar a iniciativa privada”… Na sequência dessas afirmações até alguns comentadores de Direita vieram colocar água na fervura, lembrando que existem empresas de transportes públicos, por exemplo, que não podem dar lucro sem subirem os preços para níveis incomportáveis, devendo o “prejuízo” que têm, ser coberto pelo Estado, ao desempenhar as funções sociais que lhe devem estar atribuídas.

Hoje, surgem declarações sobre a “eventual necessidade” de despedimentos na Função Pública, sempre com a ameaça velada que podem ter que “ser impostos” por alguém de “fora”.

Sejamos claros – para o PSD uma intervenção do FMI em Portugal faz parte da sua estratégia política e é isso que é trágico! Sem terem sequer a CORAGEM de chamar os bois pelos nomes, muitos dirigentes, militantes e simpatizantes do PSD (quero acreditar que os verdadeiros SOCIAL-DEMOCRATAS daquele partido terão outro pensamento!) anseiam secretamente pela “débacle” financeira que leve o País a ter que pedir “ajuda” e, dessa forma, a ficar refém dos interesses e imposições do exterior. Nesse cenário o PSD poderia facilmente pedir eleições antecipadas e o “seu” Presidente, Cavaco Silva, talvez até desse uma ajuda dissolvendo a AR e marcando data para novo sufrágio, considerando que ele próprio já declarou que tal situação representaria “um falhanço” para o Governo. Com a eventual vitória do PSD e formação de Governo com o PP, a porta estaria escancarada para que o FMI entrasse no País, talvez até com um ufano António Borges, militante “laranja” e Director do Fundo, à cabeça do cortejo…

Depois, está bom de ver: “demonização” do PS e do anterior Governo, “únicos” responsáveis pela situação difícil do País; “lágrimas de crocodilo” face à inevitabilidade de ter que cortar ainda mais nos rendimentos das famílias; aumentar impostos sobre a propriedade (IMI a duplicar, por exemplo, para “destruir” a classe média e forçá-la a vender as casas ao desbarato, proporcionando óptimos negócios daqui por alguns anos aos abonados que agora as adquirissem…); total entrega da Educação e da Saúde a privados, através de truques como os “cheques-ensino” e imposição de “seguros de Saúde”, acabando o Serviço Nacional de Saúde por definhar e transformar-se num mero sistema “assistencial” das classes mais baixas; “desculpabilização” dos partidos no Poder (PSD e PP) através do FMI que surgiria como força de “imposição”, suportado no discurso repetido “ad nauseum” pelos comentadores e economistas do “regime” de que “não há alternativa” e de que “todo o sofrimento é necessário”.

Não sei o que poderá suceder num cenário destes – mas tenho a certeza absoluta que é aquilo que PSD e PP preparam!

O derrube do Primeiro-Ministro, procurado encarniçadamente ao longo dos últimos anos, com todas as campanhas por demais conhecidas, nunca se transformou numa realidade – e José Sócrates é, hoje em dia, o “alvo” a abater porque só ele continua a dar consistência ao Governo, a persistir numa liderança firme e que procura traçar caminhos de futuro no meio da incerteza actual. Caindo José Sócrates cai o Governo e o PS entrará numa longa “noite de facas longas”. Esta é a questão fulcral e por isso continuo a achar que, apesar de algumas situações que o PM deve ter em atenção e correcções que ainda poderá (e deverá) fazer no modelo de governação, não tenhamos dúvidas que só com Sócrates o “caminho estreito” a fazer poderá ter um desfecho positivo.

Não é o PS que terá a ganhar com isso – é Portugal!

Uma eventual vitória eleitoral do PSD num próximo escrutínio não representará a mesma coisa se acontecer no meio desta “crise” financeira ou se, entretanto, o País tiver conseguido dobrar o “Cabo da Boa Esperança” e existirem outras perspectivas macroeconómicas, já não sendo possível ao novo executivo refugiar-se atrás do “cutelo” utilitarista da “ameaça estrangeira”.

Há momentos decisivos na História das Nações em que se impõe uma visão clara das forças e interesses em disputa, ainda que sacrificando temporariamente alguns projectos particulares, críticas personalizadas ou “tácticas” de intervenção. Neste “combate” não podem existir “fissuras” que apenas beneficiam aqueles que não se importam de sacrificar todo um País para obterem o Poder e, trinta e seis anos após a Revolução de Abril, desencadear o mais violento processo de ataque ao Estado-Social e às classes mais desfavorecidas.

Portugal exige-nos que sejamos dignos da hora que atravessamos!

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Muito Obrigado, José!


José Mourinho foi hoje eleito pela FIFA como o melhor treinador de futebol do Mundo. Numa altura em que a crise e o pessimismo parecem ter-se abatido sobre o País, sabe bem ver o trabalho de um nosso concidadão atingir tão elevado patamar e reconhecimento global.

Mas foi ainda mais significativo ver um José Mourinho, contendo a comoção que certamente lhe ía na alma, agradecer a distinção em sonoro Português e fazendo questão de sublinhar as suas origens e o seu País perante uma plateia multinacional.
Numa época sinistra em que alguns insistem em andar por aí de cócoras perante poderes e interesses estrangeiros, não hesitando em colocar o País em segundo lugar face às suas estratégias político-partidárias, sabe bem ver quem ainda tem coluna vertebral, honra na sua Pátria e coragem para enfrentar, nos mais difíceis palcos do mundo do futebol, quaisquer adversários. Que grande lição para tantos moços de fretes dos abutres que rondam, por estes dias, o nosso glorioso céu azul!...


Parabéns, José - e Muito Obrigado!

domingo, 9 de janeiro de 2011

Nação


"Uma nação forte nada tem a temer da antipatia dos estrangeiros; uma nação fraca nada deve esperar da simpatia deles".


Textos judaicos

sábado, 1 de janeiro de 2011

2011


Votos que em 2011 consigamos construir o caminho da Esperança - contra os professores doutores da desgraça e os abutres que se alimentam da exploração e do medo!...

Não se deixem enganar.

Não desistam!