sábado, 1 de outubro de 2011

Sem pão - o circo arde...

Se o capitalismo parece ter atingido um tal estádio que só se mantém à custa da supressão das liberdades, da imposição de sacrifícios sem fim à vista aos trabalhadores em todo o Mundo, do total controlo do Estado para o "reconstruir" de acordo com os interesses privados, etc, então estamos à beira de um período muito perigoso na História actual...


Creio que já o escrevi algures - um homem que já não tem nada a perder e que é levado ao limite da pressão e dos sacrifícios, facilmente estará predisposto para uma revolta incontrolável. E se a pressão nas ruas, com manifestações democráticas, em nada demove um qualquer "plano sagrado" a cumprir em nome de uma eventual "salvação" que ninguém vislumbra, então estaremos a abrir a porta a formas mais radicais de protesto.


O cimento da Democracia (que ninguém se iluda) chama-se "bem-estar" generalizado, emprego, direitos garantidos, livre escolha - se a maior parte destes factores estão, hoje em dia, a ser escandalosamente postos em causa, por conta de uma crise que é FINANCEIRA e que foi gerada pela especulação desenfreada, sendo quem trabalha que sente na pela toda a dureza da "repressão" dos Estados para recomporem fortunas e impérios financeiros, então os cidadãos sentirão que já pouco ou nada também terão a perder. E é nesse momento que nascem as revoluções - e nem todas têm flores na ponta das espingardas, infelizmente...


Uma Esquerda atenta e democrática tem que estar, hoje em dia, altamente preocupada com isto e DEVE exigir um verdadeiro limite para a exploração, castigo ou seja lá o que for que os trabalhadores deste País (e da Grécia, de Espanha, brevemente de Itália ou até de outros países europeus) estão a sofrer! Se ninguém diz BASTA - bastará uma pequena centelha para acender um rastilho que ninguém depois extinguirá com facilidade. E é também por tudo isto que o protesto tem que ter uma escala global, tem que exprimir-se, em simultâneo, nas várias capitais europeias, tem que ecoar de Atenas a Lisboa, de Madrid a Berlim, como um uivo imenso que, de uma vez por todas, acorde estes dirigentes vazios desta Europa sem rumo, meras marionetas de interesses muito elevados e poderosos e que precisam de um grande "abanão"!


A resignação não é opção - muito menos para quem defende valores de Esquerda!

1 comentário:

Amadeu disse...

Arde o circo, arde o País, e nós zé povinho, que só existe o restolho .