Não podemos desistir. Nunca.
Esta é a “guerra” das nossas vidas.
Os tanques e os canhões e os bombardeiros chamam-se agora “crise financeira” e “mercados”, derrubam-nos as casas, o orgulho, a vontade de acordar de manhã e de repente até parece que caminhamos pelas ruas do nosso País como párias. Mas não podemos desistir. Porque outros antes de nós caíram e do pó se levantaram, os nossos avós sofreram a fome, a miséria, a perseguição e não deixaram de sonhar com um futuro melhor, morderam os lábios até fazer sangue e esconderam as lágrimas dos filhos, no escuro da noite.
A quem nos repete em cada dia que não podemos sonhar é preciso dizer – NÃO!
Foi com o sonho de alguém que um dia se decidiu acabar com a escravatura. Foi com o sonho de alguém que um dia as mulheres passaram a ser iguais, em direitos e deveres, aos homens. Foi com o sonho de alguém que um dia se construiu um foguetão e alcançou o espaço. Se Mandela não sonhasse, sobreviveria décadas preso? Se Xanana não sonhasse, Timor seria hoje em dia livre? Nascem sempre dos sonhos as mais belas realizações do Homem. Ouvi um destes dias o actual Presidente da República, Cavaco Silva, dizer que a hora não era de “sonhos” mas de aceitação da realidade. Alguns dias depois acrescentou que de nada valia “reclamar” contra os “mercados”, como se fossemos meras marionetas, sem carne, sem nervos, sem ossos, sem coração, disponíveis para que nos esventrem sem um esgar de desagrado! Que liderança é esta que nos amarra ao presente e é incapaz de mostrar a rota do futuro? Negar o direito (até a obrigação!) a sonhar é típico de um pensamento medieval, ensimesmado, até fascista!
Vamos vencer esta guerra. Temos que a vencer. Não nos perdoariam os nossos antepassados que tudo deram para construir esta Nação. Não nos perdoariam os nossos filhos e netos, pela ausência de um futuro melhor. Sabemos que alguém nos quer fazer “culpados” de algo que sempre nos ultrapassou, também sobre isso é preciso berrar bem alto que – SIM, somos culpados de trabalhar dias a fio, de procurar ter uma casa para viver, uma mesa com comida, escolas para os nossos filhos, uma vida digna para nós e para os nossos, de ter direito a descansar alguns dias nas férias e até de comprar um pequeno carro para nos deslocarmos. Somos culpados de acreditar que os nossos governantes querem sempre o melhor para nós e que os especialistas em economia e finanças sabem sempre o que fazem e não erram de forma tão colossal que coloquem o Mundo à beira de um abismo. De tudo isso somos culpados.
Mas não somos culpados do enorme “buraco” na alma do Mundo que os grandes banqueiros, os grandes especuladores, os inventores de produtos financeiros sem sentido nem forma, a corja que despede trabalhadores por e-mail e depois de falências sucessivas sempre arranja um novo e bem pago lugar num qualquer Conselho de Administração, criaram para os nossos dias. Não somos culpados da ganância alheia! Não somos culpados dos roubos cometidos por outros! Não somos culpados da desonestidade dessa canalha! E temos que gritar também isso bem alto – NÃO, NÃO SOMOS CULPADOS! SOMOS VÍTIMAS!
Não nos neguem, assim, nem o direito de sonhar, nem a obrigação de protestar. Não venham agora os ladrões dar-nos conselhos sobre sacrifícios e poupanças. Basta! Sabemos que, uma vez mais, será à nossa custa que tudo se reconstruirá. Deixem, então, que o possamos fazer com um mínimo de dignidade, essa palavra tão esquecida e arrastada pelo chão pelos poderosos deste Mundo. Olhem bem fundo nos nossos olhos e aprendam o que é saber estar à altura das circunstâncias. Não nos tapem a boca para que o coração não expluda de vez. Serão os mesmos de sempre, os que trabalham e vivem desse trabalho apenas, os que vão comer o pão que o Diabo amassou uma vez mais, serão esses a abrir as estradas do novo futuro. Serão esses a vencer esta “guerra”.
Depois poderão dizer - tentando manter os olhos secos porque a corja não merece sequer uma única das suas lágrimas – que estiveram à altura dos seus antepassados e que morrerão felizes por terem deixado um Mundo mais limpo para as gerações vindouras. Um Mundo onde um bandalho será novamente um bandalho e nunca um banqueiro. Um Mundo onde um ladrão será novamente um ladrão e nunca um governante. Um Mundo onde o sonho permitirá continuar a procurar sempre mais e melhor para todos, porque já dizia uma canção antiga que “o sonho comanda a Vida” e só os néscios ou os canalhas se permitirão negá-lo.
Esta é a “guerra” das nossas vidas.
Os tanques e os canhões e os bombardeiros chamam-se agora “crise financeira” e “mercados”, derrubam-nos as casas, o orgulho, a vontade de acordar de manhã e de repente até parece que caminhamos pelas ruas do nosso País como párias. Mas não podemos desistir. Porque outros antes de nós caíram e do pó se levantaram, os nossos avós sofreram a fome, a miséria, a perseguição e não deixaram de sonhar com um futuro melhor, morderam os lábios até fazer sangue e esconderam as lágrimas dos filhos, no escuro da noite.
A quem nos repete em cada dia que não podemos sonhar é preciso dizer – NÃO!
Foi com o sonho de alguém que um dia se decidiu acabar com a escravatura. Foi com o sonho de alguém que um dia as mulheres passaram a ser iguais, em direitos e deveres, aos homens. Foi com o sonho de alguém que um dia se construiu um foguetão e alcançou o espaço. Se Mandela não sonhasse, sobreviveria décadas preso? Se Xanana não sonhasse, Timor seria hoje em dia livre? Nascem sempre dos sonhos as mais belas realizações do Homem. Ouvi um destes dias o actual Presidente da República, Cavaco Silva, dizer que a hora não era de “sonhos” mas de aceitação da realidade. Alguns dias depois acrescentou que de nada valia “reclamar” contra os “mercados”, como se fossemos meras marionetas, sem carne, sem nervos, sem ossos, sem coração, disponíveis para que nos esventrem sem um esgar de desagrado! Que liderança é esta que nos amarra ao presente e é incapaz de mostrar a rota do futuro? Negar o direito (até a obrigação!) a sonhar é típico de um pensamento medieval, ensimesmado, até fascista!
Vamos vencer esta guerra. Temos que a vencer. Não nos perdoariam os nossos antepassados que tudo deram para construir esta Nação. Não nos perdoariam os nossos filhos e netos, pela ausência de um futuro melhor. Sabemos que alguém nos quer fazer “culpados” de algo que sempre nos ultrapassou, também sobre isso é preciso berrar bem alto que – SIM, somos culpados de trabalhar dias a fio, de procurar ter uma casa para viver, uma mesa com comida, escolas para os nossos filhos, uma vida digna para nós e para os nossos, de ter direito a descansar alguns dias nas férias e até de comprar um pequeno carro para nos deslocarmos. Somos culpados de acreditar que os nossos governantes querem sempre o melhor para nós e que os especialistas em economia e finanças sabem sempre o que fazem e não erram de forma tão colossal que coloquem o Mundo à beira de um abismo. De tudo isso somos culpados.
Mas não somos culpados do enorme “buraco” na alma do Mundo que os grandes banqueiros, os grandes especuladores, os inventores de produtos financeiros sem sentido nem forma, a corja que despede trabalhadores por e-mail e depois de falências sucessivas sempre arranja um novo e bem pago lugar num qualquer Conselho de Administração, criaram para os nossos dias. Não somos culpados da ganância alheia! Não somos culpados dos roubos cometidos por outros! Não somos culpados da desonestidade dessa canalha! E temos que gritar também isso bem alto – NÃO, NÃO SOMOS CULPADOS! SOMOS VÍTIMAS!
Não nos neguem, assim, nem o direito de sonhar, nem a obrigação de protestar. Não venham agora os ladrões dar-nos conselhos sobre sacrifícios e poupanças. Basta! Sabemos que, uma vez mais, será à nossa custa que tudo se reconstruirá. Deixem, então, que o possamos fazer com um mínimo de dignidade, essa palavra tão esquecida e arrastada pelo chão pelos poderosos deste Mundo. Olhem bem fundo nos nossos olhos e aprendam o que é saber estar à altura das circunstâncias. Não nos tapem a boca para que o coração não expluda de vez. Serão os mesmos de sempre, os que trabalham e vivem desse trabalho apenas, os que vão comer o pão que o Diabo amassou uma vez mais, serão esses a abrir as estradas do novo futuro. Serão esses a vencer esta “guerra”.
Depois poderão dizer - tentando manter os olhos secos porque a corja não merece sequer uma única das suas lágrimas – que estiveram à altura dos seus antepassados e que morrerão felizes por terem deixado um Mundo mais limpo para as gerações vindouras. Um Mundo onde um bandalho será novamente um bandalho e nunca um banqueiro. Um Mundo onde um ladrão será novamente um ladrão e nunca um governante. Um Mundo onde o sonho permitirá continuar a procurar sempre mais e melhor para todos, porque já dizia uma canção antiga que “o sonho comanda a Vida” e só os néscios ou os canalhas se permitirão negá-lo.
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